VIENA (Reuters) - O acordo de cooperação entre o Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) tem "limitações reais", e Teerã deveria parar de tentar manipular os inspetores estrangeiros, disse na quarta-feira um importante diplomata norte-americano.
Os EUA não se impressionaram com a promessa de transparência do programa nuclear iraniano --saudada como "um marco" pela AIEA-- e vão continuar propondo sanções mais duras da ONU à República Islâmica, disse Gregory Schulte, embaixador dos EUA junto à AIEA.
"É claro que saudamos qualquer progresso em resolver questões perturbadoras a respeito das atividades nucleares do Irã", afirmou Schulte a jornalistas, falando por teleconferência de Viena, onde trabalha.
"Mas entendemos que há limitações reais ao plano, inclusive a continuada recusa do Irã em implementar o Protocolo Adicional da AIEA", acrescentou.
Schulte referia-se à autorização para inspeções internacionais em instalações que não são especificamente nucleares, mas que podem ajudar a resolver velhas dúvidas sobre a abrangência e natureza do programa nuclear iraniano -- que Teerã diz ser pacífico, contrariando as acusações ocidentais.
Negociadores da AIEA dizem que o Irã aceitou um cronograma para o plano, mas não disseram quanto tempo levará.
Schulte considerou inaceitável que o Irã condicione a transparência das suas instalações ao arquivamento de medidas que levariam a novas sanções do Conselho de Segurança.
"A cooperação que seja parcial, condicional, e só prometida no futuro não basta. A cooperação que permita ao Irã levar adiante o desenvolvimento da capacidade de construir armas nucleares também não basta", afirmou.
"Se os líderes iranianos realmente querem a confiança do mundo, devem parar de tentar manipular a AIEA, começar a cooperar plena e incondicionalmente e suspender as atividades que causam preocupação internacional."
Mark Heinrich, Reuters Brasil
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