terça-feira, 21 de agosto de 2007

Ahmadinejad faz sua primeira viagem ao Afeganistão

TEERÃ - O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, fará na terça-feira, 14, sua primeira viagem ao vizinho Afeganistão, informou nesta segunda a agência oficial de notícias do Irna, uma semana depois de o líder afegão ter dito que Teerã estava tendo um papel positivo em seu país.

A Irna não deu detalhes sobre a viagem de Ahmadinejad, adiantando apenas que ele buscará ampliar os laços com Cabul. Ahmadinejad se encontrará com o presidente afegão, Hamid Karzai, em Cabul.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, havia dito na semana passada numa entrevista coletiva conjunta com Karzai na Casa Branca que o Irã estava tendo um comportamento desestabilizador no Afeganistão, onde a milícia fundamentalista islâmica Taleban tem ressurgido.

"Tenho muitas dúvidas sobre se a influência iraniana no Afeganistão é positiva", avaliou Bush depois de um encontro de dois dias com Karzai nos EUA.

Mas Karzai contestou Bush, dizendo que havia ouvido rumores de que armas do Irã estava entrando em seu país mas que até o momento Teerã vinha sendo "um colaborador e uma solução".

A administração Bush alega que o governo islâmico do Irã tem secretamente armado combatentes Taleban. Funcionários americanos alegam que, apesar de Teerã não ser um aliado do Taleban, os iranianos abraçam qualquer oportunidade, seja no Iraque seja no Afeganistão, para complicar esforços de estabilização dos EUA.

Teerã nega as acusações, afirmando que elas fazem parte de uma campanha mais ampla para satanizar o Irã. Teerã alega não fazer sentido um governo liderado pelos xiitas, como ele, ajudar um movimento fundamentalista sunita como o Taleban.

As relações entre o Irã e o Afeganistão sofreram tensões nos últimos meses depois que Teerã deportou de volta cerca de 100.000 afegãos, sendo que muitos deles denunciaram abusos por parte das autoridades iranianas.

O Irã nega as acusações e diz que foi forçado a enviar de volta os afegãos já que está sendo obrigado a conviver hoje com a presença de 1,5 milhão de migrantes afegãos não documentados, que são um grande peso para a economia do país.

Estadão, 13 de Agosto de 2007 [fonte]

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