domingo, 26 de abril de 2009

Irão avisa EUA que é melhor não fazer ameaças para não estragar clima de diálogo

Teerão minimizou a ameaça de endurecimento das sanções contra o Irão feita pela secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton caso a nova abertura para negociações oferecida pela Administração Obama não seja aceite pela República Islâmica. “A era das ameaças e das pressões políticas acabou. Acreditamos é preciso resolver os problemas através do diálogo e da interacção”, afirmou o porta-voz do Governo, Gholam Hossein Elham.

Ontem, tinha sido a vez do ex-Presidente Akbar Hachemi Rafsanjani apelar aos Estados Unidos para que se abstivessem de ameaçar o Irão com novas sanções. “Clinton disse: ‘Estamos prontos a discutir mas preparamos, paralelamente, sanções paralisantes contra o Irão. Fariam melhor em não divulgar estes comentários, para não estragar a atmosfera favorável às negociações que existe actualmente no Irão”, afirmou, num aviso claro aos EUA.

As palavras de Clinton ameaçando novas sanções são de quarta-feira. No mesmo dia, o Irão tinha respondido favoravelmente a um apelo das grandes potências para regressar ao diálogo sobre as suas actividades nucleares, embora ressalvando que continuaria a actividade de enriquecimento de urânio. [fonte]

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Parlamentar iraniano tacha de “barbárie moderna” o gesto dos apoiantes do sionismo na conferência de Genebra

Teerão, Irão [IRNA] – Kazem Yalali, port-voz da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento do Irão, manifestou terça-feira em declarações à IRAN: “O gesto dos apoiantes do regime sionista ao provocarem um alvoroço quando o presidente do Irão tomava a palavra na conferência contra o racismo de Durban II provocou muitas reacções. Estes gestos são uma barbárie moderna que demonstra o carácter esclavagista deles e são um indicativo da veracidade das posturas do Irão.”

Sobre as pessoas que se levantaram enquanto o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad falava na tribuna de Durban II; Yalali sentenciou que “basicamente, essas pessoas estão incomodadas e o seu incómodo é uma indicação do grande movimento que existe no mundo contra o regime hegemonista internacional.”

“O incómodo surge quando a pessoa sente que fracassou e não tem nenhuma outra saída. A atitude de alguns países ocidentais e de algumas personagens que intentaram causar o alvoroço no discurso de Ahmadinejad demonstrou que as mesmas não respeitam muito que defendamos os direitos humanos, a democracia e a liberdade de expressão.”

“Porque têm tanto medo de um discurso, eles, que tanto falam de liberdade de expressão? Porque fazem tanto escândalo a meio de um discurso?”, questionou-se em tom retórico, para asseverar e continuar que tudo o resto “demonstra quão vazios são os seus lemas já que têm medo das palavras que se atam ao direito e à postura que se decanta pela liberdade.”

Yalali susteve que os que montaram o espectáculo saíram perdedores já que com isso provocaram uma repercussão ainda maior no mundo e muitos agora são os que terão curiosidade em ler o discurso do presidente do Irão, coisa que não fariam antes.

Ahmadinejad em Genebra: “Expansionismo e racismo são as raízes dos problemas da humanidade”

Genebra, Suíça [IRNA] – O presidente do Irão, Mahmud Ahmadinejad, manifestou na cidade suíça de Genebra, onde encontra nesta altura para participar na Conferência Internacional Contra o Racismo Durban II: “A definição incorrecta do ser humano e da comunidade humana, os egoísmos, o expansionismo e o racismo, são as raízes dos problemas da humanidade.”

Ahmadinejad, que efectuou estas declarações na segunda-feira num encontro com os presidentes dos organismos da ONU com sede em Genebra, acrescentou: “Hoje no mundo fala-se de momentos difíceis; em muitas zonas do mundo existem crises políticas, económicas e sociais, e nos últimos 60 anos talvez não tenha havido um só dia em que a sombra da guerra, a ameaça, a hostilidade e o ódio não se tenha sentido sobre a Terra.”

Susteve o mandatário iraniano que “a actual situação é muito mais frágil” porque “antes da crise económica mundial mais de mil milhões de pessoas viviam na indigência, e de certeza que esta cifra já aumentou, bem como a cifra do desemprego e a diminuição da esperança de vida.”

“Hoje são vários os países que se encontram sob um regime de ocupação – prosseguiu – cujos povos vivem nas piores condições. Hoje o tráfico de drogas já se converteu em algo banal, algo que se repercute negativamente na moral e na saúde de grande parte das pessoas em geral e da juventude em particular. Esta situação influenciou de maneira importante as relações políticas e securitárias e o desenvolvimento do terrorismo no mundo. Hoje os massacres e o terror aumentam por momentos em todo o planeta. Chegou a hora de efectuarmos um esforço conjunto e pensarmos em uníssono para conhecer do modo correcto os problemas actuais da humanidade e actuarmos com uma resolução conjunta para reformar este status quo.”

Ahmadinejad susteve que entre as soluções “fundamentais” para solucionar todos estes desmandos estão o “respeito para com o ser humano e a sua dignidade bem como a de todos os indivíduos, respeitar critérios únicos, admitir os mesmos direitos para todos os povos, deixar que todos participem na administração do mundo e alterar a actual situação.”

Acredito que chegou a altura de se levar a cabo uma revisão de base dos sistemas que regem o mundo e se defina um novo sistema de acordo com uma definição correcta do ser humano, dos direitos humanos e das suas necessidades”, apostolou.

“A ONU é quem deveria ser a vanguarda de tal reforma estrutural e criar as oportunidades para que todos possam participar da dita reforma”, propôs.

De Teerão

Escrevo em Teerão, esta grande e milenária cidade, cujos ruídos entram pela minha janela enquanto amanhece. Hoje é Sábado, 4 de Abril, e quando me levantava às 6:00 da manhã em Caracas aqui eram 9:00 da noite do dia 3… todavia! Que coisas estas as do espaço e do tempo com as suas leis e a sua relatividade!

Ligo o televisor, conectado directamente ao satélite, e ali está Vanessa com o seu programa Contra Golpe, desde o local recuperado do Porto de Maracaibo. O vento bate forte vindo do lago e a Pátria chega-me de repente através do ecrã. Ouço a voz do povo, dos conselhos comunais ali presentes. Ouço a voz da Força Armada na pessoa do coronel presidente do porto. Ouço pois, a voz da Revolução que avança.

E daqui te digo, homem, mulher, compatriota que m lê: não desfaleçamos na Ofensiva Revolucionária em toda a frente de Batalha!

Pudemos comunicar-nos via telefónica com Vanessa. E logo com o Dossier de Walter Martínez. Falamos várias horas, enquanto continuava a subir o sol além das montanhas nevadas de Teerão, aqui no coração do Médio Oriente.

Entretanto, todo o mundo tem estado pendente da Reunião do G-20 em Londres, a capital do velho império britânico. Começou com pompa e circunstância e podemos dizer que terminou sem dor nem glória, apesar do optimismo expressado nas declarações de alguns dos seus protagonistas.

Já o havia dito em Caracas, em Doha, aqui em Teerão, recordando o grande caudilho José Gervásio Artigas: “Não devemos esperar nada de ninguém senão de nós mesmos”. E assim é, em verdade.

A quem senão aos que não querem ver a realidade lhes pode ocorrer colocar nas mãos de um incendiário a tarefa de apagar o incêndio?

Mas foi exactamente isso que decidiram: dar de novo gigantescas quantidades de dólares ao Fundo Monetário Internacional, ao Banco Mundial… Valha-me Deus!... Outorgar mais poderes à Organização Mundial do Comércio e ameaçar inclusivamente aqueles países do terceiro mundo que caiam no “pecado do proteccionismo”. Salva-se quem puder!

Sinceramente não querem ou não podem escapar à perversa lógica neoliberal e pretendem agarrar-se aos princípios do selvagem modelo capitalista. Assim são os fundamentalistas!

Nós, por outro lado, continuamos a construir o nosso caminho e transitando por este, empregando os nossos modestos esforços na confirmação do mundo multipolar, multicêntrico, no qual se consiga trazer à realidade aquele conceito bolivariano do “equilíbrio do Universo”.

Hoje, Sábado, conclui-se aqui em Teerão o Encontro do G-2, Irão e Venezuela, com a assinatura de um conjunto de novos acordos que constituem a linha de partida do novo mapa 2010-2020, sobre o qual navegaremos estas duas Repúblicas, os seus povos irmãos e as suas revoluções.

Ontem inauguramos em Teerão a sede do novo Banco Binacional Irano-Venezuelano (BBIV), para cujo nascimento trabalhamos intensamente durante mais de dois anos e que doravante se constitui num novo instrumento precisamente para a libertação da ditadura do dólar.

Esta criação de um Banco Binacional entre a nação persa e a nossa recorda-nos aquelas palavras que Martin Luther King pronunciava em 1963: “Recusamo-nos a acreditar que o banco da justiça esteja falido”. Enquanto que em todo o mundo, em especial nos grandes centros financeiros, continuam a falir e a cair os grandes bancos, no nosso Sul, justiça seja feita, nascem novas instituições financeiras ao abrigo se um novo conceito que dista muito do capitalismo em queda livre. Com o Irão começamos também a projectar a criação de uma empresa Grande Nacional de medicamentos que contribua para romper com as grandes multinacionais farmacêuticas da morte. O fortalecimento de outros projectos – agro-pecuários, alimentares, mineiros, energéticos – foram parte importante da nossa agenda dentro do propósito estratégico de converter a nossa nação numa potência soberana e independente, na medida do possível.

O Encontro da ASPA em Doha, e esta dos G-2, Irão e Venezuela, são a prova palpável de que outro mundo já começa a ser possível, ante o triste espectáculo observado também com atenção da nossa parte, nas antípodas, do encontro dos G-20.

Esta noite viajaremos para o Japão. Será uma grande viagem. E logo iremos a Pequim, essa gigantesca cidade capital da nova superpotência mundial do século XXI.

Agora quase não tenho nem tempo para escrever. Portanto, estas linhas de hoje são mais curtas que o normal. Desde modo não se queixaram nem Jesse nem Eleazar.

Quando estiverem a ler estas minhas palavras, estaremos já no avião da Cubana que Fidel nos emprestou, rumo ao Japão. E já será Domingo de Ramos. Peço aqui desde estes mundos de Deus, que Cristo retorne de verdade, os seus valores, a sua paixão, a sua esperança. Peço que ressuscite cada dia nos corações de todas e de todos. E que se torne uma bela realidade o Reino que vem anunciar-nos: o socialismo!

ATÉ À VITÓRIA SEMPRE

VENCEREMOS

Hugo Rafael Chávez Frias [fonte]