domingo, 16 de novembro de 2008

Saffar Harandi reafirma liberdade de imprensa

O ministro da Cultura e da Orientação Islâmica, Mohammad Hossein Saffar Harandi, reafirmou este Domingo o compromisso do governo para com a liberdade de expressão.

Tomando a palavra na cerimónia de abertura do 15º Festival da Imprensa e das Agências Noticiosas, Saffar Harandi afirmou que “Actualmente, temos as condições e a preparação para a expressão de opiniões e pensamentos diferentes.” O mesmo afirmou ainda que actualmente a abertura de expressões e ideias é tão ampla que os principais membros do governo são facilmente criticados.

Adiantou ainda que o governo anseia que a imprensa reflicta as realidades do país e informe o povo com justiça.

“O governo não tem outra expectativa da imprensa e da comunicação social além da reflexão das realidades. A nossa expectativa é um mero reflexo da realidade dos valiosos serviços do governo para com o público”, acrescentou.

O ministro indicou que o número existente de imprensa escrita, jornais e revistas, inclusive semanais ou mensais, publicada no Irão aumentou para um número superior a 3.500 desde a Revolução Islâmica de 1979, quando anteriormente a esta não passavam de um número inferior a 200.

Nos últimos três anos apenas foram atribuídas licenças para a publicação de 1.060 novos diários e periódicos.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Sampaio está em Teerão numa conferência que pode ajudar os reformadores iranianos

O ex-Presidente Khatami também convidou Prodi, Jospin e Kofi Annan. Discute--se religião, com os olhos postos nas eleições de 2009.

O reformador Mohammad Khatami bem tentou negar que uma conferência ontem iniciada em Teerão fosse uma rampa de lançamento para a sua recandidatura à Presidência da República Islâmica. Mas há muito tempo que o Irão, isolado pelo ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad, não recebia tantos dignitários estrangeiros, entre eles o ex-chefe de Estado português Jorge Sampaio.

A conferência, de dois dias, foi organizada pela Fundação para o Diálogo entre Civilizações, criada por Khatami, pelo Centro de Oslo para a Paz e Direitos Humanos e pelo Clube de Madrid. Além de Sampaio, foram convidados os ex-presidentes Mary Robinson, da Irlanda, e Joseph Deiss, da Suíça; os antigos primeiros-ministros Romano Prodi, de Itália, Kjell Magne Bondevik, da Noruega, e Lionel Jospin da França; e ainda Kofi Annan, antigo secretário-geral das Nações Unidas.

O tema em debate é A religião no mundo moderno, mas a nenhum analista local escapou a coincidência de este encontro surgir no mês em que Khatami entreabriu a porta a uma eventual recandidatura nas eleições de Junho de 2009.

"Não devemos confundir a conferência com essas questões [presidenciais]", frisou o antecessor de Ahmadinejad. Também os visitantes tentaram demarcar-se das lutas políticas internas. Mary Robinson declarou, segundo a AFP, que o objectivo é apenas "ajudar a prevenir conflitos e tensões no mundo".

No passado dia 5, depois de muitos apelos de grupos políticos e personalidades do campo reformista, Khatami prometeu "apresentar à sociedade um programa elaborado", para evitar os mal-entendidos dos seus dois sucessivos mandatos, entre 1997 e 2005. "A vontade histórica do povo é a liberdade, o progresso e a justiça", disse, citado na altura por vários jornais iranianos.

A segunda condição de Khatami para ser candidato "é ver até que ponto o [novo] programa pode ser aplicado com as estruturas actuais de poder" - uma implícita alusão aos obstáculos no (mau) relacionamento que teve com os "duros" do regime, entre eles o Guia Supremo, ayatollah Ali Khamenei. "Não tenho medo dos resultados eleitorais tendo em conta os sinais que recebo da sociedade.Nada receio, só não quero regressar ao poder seja a que preço for".

Aos 65 anos, Khatami é ainda visto por muitos como a única esperança de impedir a reeleição de Ahmadinejad, sobretudo agora que os mais pobres - a sua base de apoio - compreenderam a falsidade das suas promessas de bonança económica. Quanto mais cai o preço do petróleo, o recurso de que o Irão é o quarto maior produtor mundial, mais dificuldades Ahmadinejad tem em angariar votos, embora ainda beneficie das bênçãos de Khamenei.

Entra em cena Karrubi

Enquanto Khatami hesita, um outro reformador, o teólogo Mehdi Karrubi, de 71 anos, já formalizou a sua candidatura. Talvez para se "vingar" da derrota (ele chama-lhe "fraude") em 2005 - ficou em terceiro lugar, depois de Ahmadinejad e Ali Akbar Hashemi Rafsanjani.

Karrubi foi confidente do ayatollah Khomeini, fundador da República Islâmica, mas gradualmente tem vindo a moderar o fervor revolucionário. Defende, por exemplo, o restabelecimento de laços com os Estados Unidos, cortados em 1980. "Devemos manter boas relações com todos os países, excepto Israel, ou pelo menos evitar a animosidade", disse o mullah que foi presidente do Majlis (Parlamento), em 1990-1992 e 2000-2004. "Devemos tentar não criar inimigos e infligir custos ao país devido a comentários despropositados. Pagamos um preço elevado pelas declarações do Presidente [Ahmadinejad, que nega o Holocausto e defende a destruição de Israel] e não recebemos absolutamente nada em troca".

Karrubi, líder do partido Etemad e-Melli (Confiança Nacional), está em sintonia com a restante classe política ao dizer que o Irão "tem direito a desenvolver um programa nuclear civil", mas reconhece que "é preciso prestar atenção aos receios do Ocidente e garantir a natureza pacífica" do enriquecimento de urânio.

Karrubi é rival de Khatami, mas admite desistir se surgir outro candidato que una os reformadores. [fonte]

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Exército iraquiano subjuga campo de treino de terroristas

Passados cinco anos o exército iraquiano consegui finalmente obter o controlo de um campo controlado pela organização terrorista anti-iraniana, indicou-nos um oficial do exército iraquiano.

O Major General Mohammed al-Askari, porta-voz do Ministério da Defesa iraquiano, revelou à cadeia televisiva iraquiana al-Forat TV que um batalhão de militares iraquianos cercou o Campo Ashraf, da Organização Mujahedeen Khalq (MKO) desde quarta-feira à noite, de acordo com a agência noticiosa Fars News.

Esta acção ocorreu após o governo iraquiano ter pressionado, à dois meses, as forças dos EUA presentes no Iraque a abandonarem o apoio que têm fornecido à organização e a passarem o controlo do campo para o exército iraquiano.

De acordo com os relatos obtidos, permanecem cerca de 3.400 terroristas do MKO no Campo Ashraf, localizado na província de Diyala, a 60 quilómetros da capital iraquiana, Bagdade.

Anteriormente, o governo e o parlamento iraquianos anunciaram estar a procurar encontrar uma solução rápida e definitiva que lhes permitisse remover os restantes elementos do MKO do Iraque e encerrar o Campo Ashraf.

As autoridades iraquianas afirmam que o grupo está a desempenhar um papel significante na onda de violência e insegurança que assola o país.

Juntamente com, pelo menos, outros seis campos existentes em solo iraquiano o Campo Ashraf foi oferecido ao MKO como sede e centro de treinos pelo anterior ditador iraquiano, Saddam Hussein.

Foi a partir desta base que o MKO lançou operações contra o Irão no decorrer da guerra Irão-Iraque e, posteriormente, auxiliou Saddam na supressão violenta dos curdos iraquianos durante a insurreição de 1991.

O MKO está listado por muitos países, inclusive Estados membros da União Europeia, como sendo uma organização terrorista. O grupo tem assumido a autoria de centenas de ataques terroristas no interior do Irão.

sábado, 2 de agosto de 2008

Irão: Destacado processo de consolidação das instituições democráticas em Angola


Luanda, 31/07 – O chefe da delegação angolana à XV Conferência Ministerial do Movimento dos Países Não-Alinhados, José Marcos Barrica, considerou quarta-feira, no Irão, especial o actual momento que se vive em Angola, caracterizado pela consolidação das instituições democráticas.

Discursando no evento, realizado nos dias 19 e 30 deste mês, em Teerão, capital iraniana, o ministro da Juventude e Desportos de Angola precisou que alcançada a paz, em 2002, Angola caminha na senda do relançamento da economia e reconstrução nacional, rumo ao desenvolvimento.

Reafirmou a determinação do Governo angolano em continuar a trilhar nessa senda, salientando que as eleições legislativas, marcadas para 5 de Setembro do corrente ano, afiguram-se como importante marco do irreversível processo democrático em curso no país.

Por outro lado, Marcos Barrica considerou a crise no Zimbabwe, cujo país é membro dos Não-Alinhados, como dos assuntos do momento que deve merecer a atenção e apoio dos estados membros, visando a busca de uma solução pacífica.

Neste sentido, saudou a declaração da União Africana sobre a crise, na base da qual se iniciou recentemente um processo negocial entre o Governo e a Oposição, sob mediação do presidente Thabo Mbecky, da África do Sul.

O ministro defendeu, na ocasião, que para um desfecho airoso do complexo e delicado processo deve-se afastar todas as interferências externas susceptíveis de complicar ainda mais a situação no Zimbabwe.

Integrou a delegação angolana ao evento, os embaixadores de Angola junto da União Africana e na Etiópia, e no Egipto e Irão, Manuel Augusto e Hendrick Vaal Neto, respectivamente, bem como o director para as Organizações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, Virgílio Faria.

A XVI Conferência do Movimento dos Países Não-Alinhados terá lugar na Cidade do Cairo, Egipto, em Junho de 2009. [fonte]

Irão critica política nuclear dos EUA de "dois pesos e duas medidas

O representante iraniano na Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), denunciou "uma política norte-americana de dois pesos, duas medidas" após a "luz verde" da agência da ONU a um acordo de cooperação nuclear EUA-Índia.

O embaixador iraniano junto da AIEA, Ali-Asghar Sostanieh, cujo país, apesar dos seus desmentidos, é suspeito pelos países ocidentais de querer desenvolver uma bomba atómica, considerou que o acordo norte-americano-indiano "minará o Tratado de Não-Proliferação Nuclear".

Exprimindo "preocupações sérias", Sostanieh considerou que "a credibilidade, integridade e universalidade" do Tratado são postas em causa, adiantando que os Estados Unidos podem ter, com a ajuda da AIEA, "criado um precedente".

O conselho dos governadores da AIEA deu hoje "luz verde" às propostas de Nova Deli para a vigilância das suas instalações nucleares, através de um "acordo de salvaguarda", abrindo assim caminho para a aplicação do controverso acordo de cooperação nuclear EUA-Índia assinado em 2005.

A "luz verde" da AIEA, uma das agências da Organização das Nações Unidas, deve facilitar a aprovação do acordo nuclear entre Nova Deli e Washington pelo Congresso norte-americano, que o terá ainda de ratificar antes do final do mandato do Presidente George W. Bush.

Aquele acordo nuclear coloca problemas a alguns membros da AIEA, pois a Índia construiu secretamente bombas atómicas, realizou testes e não é ainda signatária do Tratado de não-proliferação nuclear (TNP), menos ainda do Tratado de interdição total dos ensaios nucleares (CTBT).

O TNP, de que o Irão é signatário, limita oficialmente a cinco - as antigas "grandes potências" - o número de países com acesso à arma atómica: os Estados Unidos, o Reino Unido, a França, a Rússia e a China. Mas, além daqueles cinco países, Israel, Índia, Paquistão e Coreia do Norte possuem também armas nucleares. [fonte]

Teerão mantém posição de força


A primeira ronda de negociações sobre o programa nuclear do Irão ontem realizada em Genebra fez gorar as elevadas expectativas que antecederam as conversações, nas quais participou, pela primeira vez, um representante dos EUA. Keyvan Imani, embaixador iraniano na Suíça, deixou claro que "está fora de questão suspender ou congelar" o programa nuclear.

"A discussão deste tema não faz parte da agenda do Irão", frisou Imani, citando o líder supremo iraniano, ayatollah Ali Khamenei, para reforçar a sua posição. "Ele disse claramente: ‘não abandonaremos os nossos direitos."

Esta inflexibilidade do Irão compromete o entendimento com EUA, União Europeia e quinteto de países mediadores: Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha. Javier Solana, responsável pela política externa da UE, afirmou após a primeira reunião: "Não tivemos uma resposta clara, nem sim, nem não. Esperamos um esclarecimento em breve". Washington, por seu lado, afirmou que para o Irão só há duas opções: "Cooperação ou confrontação".

As expectativas de entendimento foram reforçadas pela presença em Genebra de William Burns, subsecretário de Estado para os Assuntos Políticos, o mais alto dignitário dos Estados Unidos a falar com o Irão desde a ruptura das relações diplomáticas entre os dois países, em 1979. [fonte]

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Cavaco Silva destaca papel do Irão na estabilidade do Médio Oriente


O presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, realçou o papel “muito importante e influente” da República Islâmica do Irão no Médio Oriente e pediu que se fizesse proveito desta influência para que a paz e a estabilidade se tornem um facto na região.

Cavaco Silva efectuou estas declarações no decorrer da recepção das credenciais do novo embaixador iraniano em Lisboa, Seyyed Rasul Mohayyer, com o qual conversou acerca da cooperação bilateral política, económica e cultural e ainda sobre as “prioridades” dos dois países para o impulso das relações entre os mesmos.

Pela sua parte o embaixador estreante do Irão no país lusitano referiu-se à elevada capacidade de Teerão no que diz respeito às exportações de gás e de petróleo e anunciou a disposição do seu país em “cobrir as necessidades” de Portugal neste campo.

Mohayyer não se esqueceu de referir a faceta cultural de umas relações que contam já com 500 anos de antiguidade e assinalou que um dos seus programas à frente da legação diplomática iraniana se dedicará em impulsionar a cooperação em matéria de turismo e legado cultural. [fonte]

sábado, 31 de maio de 2008

Notícias do Irão #01


Arian Band &Chris De Burgh - Nori Ta Abadiat (Dostet Daram)

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Carlos um mês e meio no Irão


O guarda-redes do Boavista segue por empréstimo para o Foolad, o antigo clube de Augusto Inácio.

Carlos Fernandes seguiu esta manhã para o Irão onde irá representar o Foolad. Pouco utilizado esta temporada por Jaime Pacheco, Carlos acordou com os responsáveis axadrezados o empréstimo até ao final do campeonato do Irão.

Apesar da surpresa inicial, Carlos acabou por chegar a acordo com o clube iraniano guardando para mais tarde a resposta ao convite que lhe foi endereçado para prolongar a ligação ao Foolad. [fonte]

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Nicarágua pede apoio do Irã para setor agrícola


MANÁGUA - O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, pediu na quinta-feira a seu colega do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, apoio para financiar um programa que estimule a produção no setor agrícola do país.

Durante um longo discurso no município de Estelí, 149 quilômetros ao norte de Manágua, o líder nicaragüense indicou que essa proposta foi enviada ao embaixador do Irã na Nicarágua, Akbar Esmaeil-Pour, com quem se reuniu na tarde de quinta.

Ortega assinalou que esse programa, que tem um custo não revelado, permitirá obter do Irã crédito favorável para os produtores, mas não informou o montante da taxa de juros.

Também permitirá que os produtores nicaragüenses reunidos em cooperativas possam receber ajudas agrícolas, tratores, fertilizantes e até "pequenos pontos para processar leite que podem ser instalados em diferentes locais, onde hoje não há capacidade para fornecer esse leite".

O líder sandinista explicou que o objetivo dessa ajuda do Irã é incentivar os pequenos, médios e grandes produtores agropecuários, e dessa forma fazer frente à crise alimentícia na região. [fonte]

Teerão protesta na ONU contra palavras de Hillary Clinton


Numa carta ao Conselho de Segurança, tornada pública quinta-feira, o embaixador adjunto do Irão, Mehdi Danesh-Yazdi, criticou as palavras, proferidas a 22 de Abril na cadeia ABC, em que a senadora norte-americana “ameaçou utilizar a força contra o Irão de forma injustificada e sob pretextos errados”.

“O Irão exprime a sua profunda preocupação e a sua firme condenação a tais palavras provocadoras, injustificadas e irresponsáveis contra a nação e a civilização iranianas”, referiu a carta.

Clinton, a quem perguntaram o que faria em caso de ataque nuclear a Israel pelo Irão, assegurou: “Quero que os iranianos saibam que se for presidente, atacarei o Irão”.

“Durante os próximos 10 anos, durante os quais eles (os iranianos) poderiam impensadamente lançar um ataque contra Israel, seríamos capazes de os riscar totalmente do mapa”, acrescentou a ex-Primeira Dama.

“Tal declaração é uma violação flagrante das disposições mais fundamentais da Carta da ONU e dos princípios base do direito internacional”, afirmou Danesh-Yazdi na sua carta.

O diplomata iraniano “reiterou a posição do (seu) governo segundo a qual o Irão não tem qualquer intenção de atacar os outros países”.

“No entanto, conforme os seus direitos nos termos da Carta das Nações Unidas, o Irão não hesitará em agir em legitima defesa para responder a qualquer ataque”, acrescentou Danesh-Yazdi. [fonte]

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Irão projecta renovar refinaria de petróleo no Zimbabwe

Harare, Zimbabwe (PANA) - O Irão preconiza investir numa refinaria no Zimbabwe para abastecer o país em petróleo, declarou quarta-feira o embaixador do Irão no Zimbabwe, Rasoul Momeni.

O Zimbabwe quer renovar e relançar uma velha refinaria construída nos anos 70 com a ajuda do Irão.

A Refinaria de Feruka situada na cidade de Mutare, no leste do país, liga à cidade portuária de Beira, de onde se fazem a maioria das importações petrolíferas do Zimbabwe através dum oleoduto.

Momeni declarou que o seu país discutiu com o Governo de Harare sobre a renovação da refinaria de petróleo sem revelar o custo desta restauração.

"Hoje a questão da energia é a mais fundamental na cena internacional. Tendo em conta o aumento dos preços de petróleo no mercado internacional, a renovação da refinaria de Feruka reveste-se duma importância capital", declarou.

"As equipas técnicas já inspeccionaram a refinaria e apresentaram os resultados dos seus estudos às autoridades zimbabweanas", disse o diplomata.

Além da transformação do petróleo bruto para o Zimbabwe, a refinaria de Feruka tem capacidade de abastecer igualmente os países da região como o Malawi, Moçambique, a África do Sul e a Zâmbia.

A retomada das actividades da refinaria estimulará a economia do Zimbabwe, confrontada com uma penúria durante mais de sete anos devido a falta de divisas.

Para corrigir as penúrias de petróleo, o país abriu em Dezembro último uma fábrica de produção de biocombustível na capital Harare com o apoio da Coreia do Sul. [fonte]

Irão rejeita pressões e vencerá no final, diz Ahmadinejad

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, rejeitou hoje as novas pressões das potências internacionais sobre o Irão para que suspenda o respectivo programa nuclear, e disse acreditar que a República Islâmica «ganhará no final».

O governante iraniano, citado pela agência Irna, não se referiu, no entanto, à advertência da Rússia de apoiar uma nova resolução internacional contra o Irão se este não abandonar as respectivas actividades do enriquecimento de urânio.

«Os inimigos vêm todos os dias com uma nova desculpa para impedir o desenvolvimento do povo iraniano (...) a sua desculpa há vários anos é a questão nuclear», disse Ahmadinejad, numa cerimónia em Teerão em memória dos «mártires» iranianos da guerra contra o Iraque (1980-88).

O presidente iraniano respondeu assim às tentativas de França, EUA e Alemanha de conseguir a aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU para novas sanções contra o Irão, que garante que o seu programa é pacífico, enquanto as grandes potências suspeitam que tem fins militares.

Ahmadinejad, bem como outros vários responsáveis do regime de Teerão, reiteraram várias vezes que as sanções não levarão o Irão a suspender os planos atómicos, incluindo o enriquecimento de urânio, que consideram um «direito indiscutível do povo iraniano». «O povo do Irão será o vencedor final, e não há potência que possa impedir o seu desenvolvimento», disse. [fonte]

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Iraque: Invasão iraniana para proteger xiitas fora de questão - Embaixador do Irão em Portugal

O Irão nunca faria uma incursão militar para proteger os "irmãos xiitas" no Iraque, onde um bombista suicida matou no domingo 40 peregrinos e feriu 60 em Iskandiriyah, garantiu hoje o encarregado de negócios da embaixada iraniana em Portugal.

Mehdi Mokhtari frisou que o seu país está empenhado na "cooperação com o governo iraquiano, em nome da paz e estabilidade", ao ponto de o Presidente Mahmud Ahmadinejad realizar a 02 de Março a sua primeira visita a Bagdad.

O diplomata justificou a presença internacional em solo iraquiano, que "deve ser separada" da de "outros países", disse, numa alusão aos Estados Unidos.

Sobre a campanha militar turca em curso desde a passada quinta-feira no norte do Iraque, para desmantelar as bases da guerrilha do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), o encarregado de negócios iraniano classificou os separatistas de "terroristas" e condenou os seus actos, por "vitimarem inocentes".

Mokhtari falava em conferência de imprensa para fazer o rescaldo do relatório sobre o programa nuclear iraniano tornado público na sexta-feira pelo director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), organismo regulador das Nações Unidas (ONU).

Washington continua a insistir na necessidade de ser aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU um terceiro "pacote" de sanções contra o regime dos ayatollahs, por se recusar a acatar as resoluções que impõem o fim do enriquecimento de urânio visando, alegadamente, fabricar a bomba atómica.

"O Conselho de Segurança da ONU deveria evitar infligir mais danos à sua própria credibilidade e à autoridade da AIEA, não persistindo nas acções irracionais e ilegais preconizadas por alguns países", declarou, aludindo uma vez mais à iniciativa norte-americana, apoiada por países aliados.

"A intensa e frutuosa cooperação conjunta entre a AIEA e o Irão tem de ser salvaguardada por todos os estados-membros da ONU", acrescentou.

Mokhtari, num comunicado, assegurou que o seu país deu à AIEA pleno acesso às instalações nucleares, respondeu a todas as questões colocadas e prestou as informações requeridas.

"Está claro que o programa nuclear iraniano se destina exclusivamente a fins pacíficos", para produção de electricidade, frisou, concluindo não se justificar, portanto, qualquer pronunciamento adicional do Conselho de Segurança da ONU.

"À luz do relatório da AIEA carecem de fundamento as alegações feitas por alguns países acerca da natureza do programa nuclear" iraniano e do perigo da "proliferação" de armas de destruição em massa (ADM), vincou.

O comunicado conclui que "o Irão tem sido responsável, transparente e um signatário de confiança do Tratado de Não-Proliferação (TNP)" de armas nucleares.

Sobre a resistência do regime dos ayatollahs em assinar o Protocolo Adicional do TNP, que contempla inspecções indiscriminadas e sem pré-aviso da AIEA, Mokhtari foi claro.

"Será subscrito quando cessar a hostilidade de alguns países em relação ao Irão, que suspendeu o programa de enriquecimento de urânio há três anos sem, entretanto, ter visto o mínimo sinal de boa-vontade", concluiu.

Representantes dos cinco países com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU - Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha e França -, mais a Alemanha estiveram hoje reunidos no Departamento de Estado, em Washington, para analisar os novos meios capazes de levar o Irão a renunciar ao programa nuclear.

Tom Casey, porta-voz da diplomacia norte-americana, disse que foi passado em revista o projecto de resolução apresentado ao Conselho de Segurança da ONU, para ser aprovado o mais depressa possível.

Emendas ao texto foram entregues na passada quinta-feira pela Grã-Bretanha e França, visando oferecer aos iranianos - sem prejuízo das sanções - cooperação económica, científica e diplomática, que Teerão tem rejeitado. [fonte]

Cidades de Bagdá e Teerã assinam acordo de cooperação

As autoridades de Bagdá e Teerã assinaram nesta segunda-feira um acordo de cooperação para desenvolver as infra-estruturas e os serviços públicos na capital iraquiana, a poucos dias de uma visita sem precedentes ao Iraque do presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad.

"A prefeitura de Teerã deve estar junto dos iraquianos nestas difíceis circunstâncias", afirmou o prefeito da capital iraniana, Mohamad Bagher Ghalibaf, depois da assinatura do acordo com o diretor da municipalidade de Bagdá, Saber al-Isawi.

Ghalibaf indicou que este acordo prevê ajudas para a construção de estradas, de infra-estruturas para o fornecimento de água e de centros culturais.

Também será criada uma empresa que terá escritórios nas duas capitais para administrar esses projetos, explicou Isawi.

A assinatura deste projeto ocorre poucos dias antes da chegada de Mahmud Ahmadinejad ao Iraque, no dia 2 de março, em uma visita oficial de dois dias sem precedentes para um chefe de Estado iraniano na história contemporânea destes dois países vizinhos. [fonte]

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Relatório da AIEA: Ahmadinejad fala em "vitória histórica" para o Irão

O Presidente iraniano entende que o mais recente relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) representa uma “vitória histórica” para o país e garantiu que o Conselho de Segurança poderá adoptar resoluções “durante cem anos” que não fará Teerão alterar os seus planos.

“Felicito vossa excelência e o povo iraniano pela vitória histórica do Irão na maior confrontação política com as potências opressoras desde a revolução islâmica”, adianta uma mensagem de Mahmoud Ahmadinejad enviada ao Guia Supremo do Irão, o “ayatollah Ali Khamenei.

A agência de controlo nuclear das Nações Unidas revelou ontem, num relatório dirigido ao Conselho de Segurança da ONU, que o regime iraniano forneceu informações suplementares sobre aspectos menos claros do seu programa nuclear, sublinhando os “bons progressos” obtidos na cooperação com o país.

Contudo, a AIEA sustenta os esclarecimentos apresentam ainda lacunas e alguns dados mostram mesmo algumas incoerências, o que impede os peritos nucleares de “determinar a verdadeira natureza do programa nuclear iraniano”.

O relatório acrescenta que Teerão continua a desafiar as resoluções do Conselho de Segurança ao não suspender as suas actividades de enriquecimento de urânio, susceptíveis de ser usadas para a produção de armas nucleares.

Ignorando as partes mais críticas – que levaram os países ocidentais a avançar nas negociações para a aprovação de novas sanções – os dirigentes iranianos consideram que o relatório representa uma vitória do país.

Esta posição foi reafirmada esta tarde por Ahmadinejad numa entrevista à televisão pública iraniana, ao garantir que Teerão pretende prosseguir as suas ambições nucleares. “Podem adoptar resoluções durante cem anos. Isso não vai mudar nada”, afirmou o Presidente iraniano, sublinhando que a energia nuclear “é um direito” que assiste ao país.

Ahmadinejad entende que seria “no interesse” das grandes potências devolver o processo iraniano à AIEA e admitiu mesmo desencadear medidas contra os países que apoiem uma nova resolução.

“Todos os países que levarem isto por diante, sejam europeus ou não europeus, devem saber que vamos adoptar medidas firmes de retaliação”, sublinhou. [fonte]

Irã instalará canal de TV para toda a América Latina na Bolívia

LA PAZ - O presidente boliviano Evo Morales anunciou nesta terça-feira, 19, durante uma reunião de produtores de coca da região do Chapare, que o Irã planeja abrir um canal de televisão "para toda a América Latina" e o instalará na Bolívia.

O líder boliviano, que na segunda, 18, foi reeleito presidente do maior sindicato de cocaleiros do país pelos produtores de Chapare, não entrou em detalhes sobre a possível programação do canal.

Durante o encontro em Cochabamba, Evo declarou apenas que a estação será destinada "a toda a Bolívia, a toda a América Latina, reconhecendo a grande luta desse movimento camponês".

Mais tarde, Alex Contreras, porta-voz presidencial, afirmou que Evo já havia conversado sobre o assunto com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, durante uma visita do iraniano à Bolívia no ano passado e comentou que o canal ainda se encontra em fase de planejamento.

Durante a visita no ano passado, Ahmadinejad prometeu investimentos iranianos no valor de US$ 1 bilhão na Bolívia, especialmente no desenvolvimento da indústria de gás e petróleo e na melhora da infra-estrutura do país sul-americano. [fonte]

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Gastos militares do Irão são dos mais baixos no Médio Oriente

Apesar de ter a segunda maior população do Médio Oriente (atrás apenas do Egipto), o Irão é um dos países que menos gasta com defesa na região, informa a edição de 2008 do Military Balance, publicado pelo Instituto Internacional para Estudos Estratégicos. O Irão gasta 110 dólares per capita com a defesa, enquanto Israel gasta 1.737 dólares, quase 17 vezes mais.

Os gastos militares israelitas, aliás, são os segundos mais altos do mundo, ficando apenas 59 dólares per capita abaixo dos dos Estados Unidos, excluindo o Qatar, que tem uma população inferior a um milhão.

Mesmo em percentagem do Produto Nacional Bruto, o Irão gasta menos de metade do que Israel (3,3% do Irão, contra 7,9% de Israel).

Os editores do Military Balance informam que o governo israelita aumentou o orçamento militar depois da segunda guerra do Líbano, e que Washington comprometeu-se com um pacote de 30 mil milhões de financiamento militar entre 2009 e 2018, o que representa um aumento de 25% comparado com o anterior período de dez anos. [fonte]

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Presidente iraniano visita o Iraque dia 2 de Março

O Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad é esperado no dia 2 de Março em Bagdad para uma visita de dois dias, a primeira de um chefe de Estado iraniano ao país depois da Revolução Islâmica de 1979, anunciou hoje o porta-voz do governo iraquiano.

"O Presidente iraniano visitará o Iraque durante dois dias a partir do dia 2 de Março. Encontrar-se-á com o Presidente Jalal Talabani e com o primeiro-ministro Nuri al-Maliki", declarou à imprensa o porta-voz Ali al-Dabbagh, citado pela AFP.

A mesma fonte indicou que o Presidente iraniano será acompanhado por diversos ministros.

Washington acusa o Irão de fornecer armas e treino às milícias xiitas no Iraque, incluindo bombas de estilhaços que já mataram centenas de militares norte-americanos, indica a Reuters. Teerão sempre negou estas acusações.

Recorde-se que o Irão e o Iraque estiveram envolvidos numa guerra, na década de 1980, na qual morreram centenas de milhares de pessoas, mas os laços entre os dois países melhoraram desde a queda de Saddam, em 2003, altura em que os islamistas xiitas chegaram ao poder, de onde estiveram arredados durante os anos em que o sunita Hussein governou o país com mão de ferro. [fonte]

Ahmadinejad visitará o Iraque em março

BAGDÁ (AFP) — O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, visitará Bagdá no dia 2 de março, na primeira viagem de um chefe de Estado iraniano ao país vizinho desde a Revolução Islâmica de 1979, anunciou nesta quinta-feira o porta-voz do governo iraquiano.

Durante a visita de dois dias, ele se reunirá com o presidente Jalal Talabani e o primeiro-ministro Nuri al Maliki. [fonte]

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

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Iraque anuncia conversas entre EUA e Teerã sobre segurança

Moscou, 12 fev (EFE).- O ministro de Assuntos Exteriores iraquiano, Hoshiar Zebari, anunciou hoje, em Moscou, que os Estados Unidos e Teerã manterão conversas sobre a segurança iraquiana dentro de alguns dias em Bagdá. "Estamos fazendo tudo o possível para organizar uma quarta rodada de conversas entre Estados Unidos e Irã em nosso país. Está previsto para começar dentro de alguns dias", disse Zebari, em entrevista coletiva ao término de sua visita à capital russa.

Além disso, o ministro informou sobre a possibilidade de que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, viaje em breve a Bagdá.

"Convidamos o presidente Ahmadinejad a viajar ao Iraque, e tudo leva a crer que esta visita acontecerá no início de março", acrescentou o ministro de Exteriores iraquiano, citado pelas agências russas.

Além disso, Zebari disse que o Iraque não deve prolongar o mandato das forças internacionais no país, mas espera que os Estados Unidos mantenham sua presença.

"Este ano, de acordo com a resolução da ONU, o mandato das forças internacionais foi prolongado pela última vez. Esperamos que seja efetivamente a última".

Além disso, disse que, "em um futuro próximo, começarão as negociações entre Iraque e Estados Unidos para assinar um acordo de paz, amizade e cooperação".

Zebari também disse que Bagdá está disposto a cooperar com companhias russas interessadas em entrar no mercado iraquiano, mas afirmou que não receberão um tratamento privilegiado.

"Abrimos as portas às companhias russas em todas as esferas, mas só em condições de igualdade", disse.

Segundo o ministro iraquiano, "o princípio que rege agora no Iraque é o da livre concorrência. Está prevista em breve a adoção de uma lei em matéria de petróleo e gás que garantirá as atividades das companhias russas para a extração nas mesmas condições que outras empresas", acrescentou.

Zebari agradeceu à Rússia o perdão de 93% da dívida contraída pelo Iraque, que é de mais de US$ 12 bilhões, e a reestruturação dos 7% restantes (US$ 900 milhões) até 2025.

"Apreciamos muito os esforços do Governo russo ao tomar essa decisão", disse. [fonte]

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Ahmadinejad:Irão enviará dois novos foguetes para o espaço


O Irão vai enviar outros dois foguetes para o espaço nos próximos meses, declarou hoje o presidente Mahmoud Ahmadinejad, durante o discurso pelo aniversário de 29 anos da Revolução Islâmica.

Segunda-feira passada, o Irão lançou um foguete para preparar o envio, «no futuro próximo», do seu primeiro satélite de fabrico nacional em órbita terrestre.

«Lançaremos outros dois foguetes e esperamos colocar em órbita no próximo Verão o primeiro satélite construído no Irão», disse Ahmadinejad.

Na sexta-feira, o embaixador de Teerão na Rússia, Gholamreza Ansar, afirmou que o lançamento do primeiro satélite espacial iraniano deve ocorrer em Março.

A iniciativa foi criticada pelos Estados Unidos e Rússia, que consideram que os lançamentos acentuam o isolamento do país na comunidade internacional.

De acordo com os russos, o lançamento levanta «suspeitas» sobre as possíveis ambições nucleares militares por parte do Irão. [fonte]

O paradigma da cooperação entre o Irão e a Europa

O diálogo é o melhor caminho para promover a compreensão entre as nações e comunidades. Enquanto que o diálogo gera cooperação e interacção, a falta de diálogo e lógica irá ser inevitavelmente seguida por hostilidade e confrontos. Após muitos séculos de tensão e confrontos, desde há cerca de meio século que a Europa se tornou um exemplo bem sucedido de interacção e cooperação, graças ao diálogo e compreensão. Na verdade, o desejo dos seres humanos de seguir o caminho do diálogo e compreensão pôs fim a séculos de conflitos inúteis e o massacre de milhões de pessoas, abrindo caminho ao estabelecimento da paz e estabilidade entre os Estados-Membros. Por isso, perguntamos se não chegou a hora para estabelecer as relações entre a Europa e a República Islâmica do Irão com base no diálogo e cooperação, assim como, na igualdade de estatuto e direitos?

Do ponto de vista histórico e geográfico, o Irão é um país com uma posição privilegiada no Mundo Muçulmano, assim como nas regiões sensíveis do Golfo Pérsico, do Médio Oriente e do Mar Cáspio. Consequentemente, tem a capacidade de desempenhar um papel instrumental nos desenvolvimentos regionais e internacionais, e na instauração da paz e estabilidade. Neste contexto, acreditamos que a República Islâmica do Irão e a União Europeia podem formar uma estrutura adequada para estabelecer uma vasta cooperação, garantindo os interesses mútuos a nível regional e internacional, através de uma cooperação construtiva, intercâmbio constante, cumprimento dos princípios do respeito mútuo e interesses comuns, não-interferência em assuntos internos e lealdade aos compromissos.

Deste modo, de forma a iniciar uma interacção construtiva e uma nova cooperação, necessitamos de um paradigma comum; um paradigma que seja concordado por ambas as partes.

A política externa iraniana após a Revolução Islâmica girou sempre à volta de diálogo e uma abordagem que conduz ao estabelecimento de "justiça e espiritualidade baseadas na paz e tranquilidade". Diálogo e abordagem esses que têm sido sempre valorizados e respeitados, particularmente pelo actual Governo da República Islâmica do Irão.

Quatro componentes básicos podem constituir os principais pilares do paradigma comum entre o Irão e a União Europeia. Estas componentes são: a Democracia, a Segurança, Energia e a Cooperação Económica.

A democracia pode desempenhar um papel-chave nas relações entre o Irão e a União Europeia, de modo a que as divergências possam transformar-se em pontos de cooperação. Os pré-requisitos para a aceitação da democracia como uma componente comum no paradigma da cooperação são o respeito pela democracia, o compromisso com os requisitos e resultados da democracia e evitar adoptar posturas pouco transparentes. Com base numa tal abordagem, podem ser encontradas soluções democráticas para muitos problemas e desafios, respeitando a soberania dos países.

A segurança nos mais diversos aspectos é a necessidade mais importante dos Europeus e constitui uma matéria de preocupação para o Irão e a Europa. Hoje em dia, o terrorismo, narcóticos, imigração ilegal, etc. são problemas que afectam a segurança de ambas as partes.

Para além da necessidade psicológica por segurança, a Europa enfrenta uma outra necessidade séria por energia e a necessidade de diversificar recursos relevantes. Necessidades estas que pode ser suportada pelo Irão, devido às suas enormes reservas hidrocarbónicas e a sua posição no panorama económico e energético.

Simultaneamente, podemos expandir a nossa cooperação em áreas como o comércio que será no interesse dos nossos povos. Recursos naturais ricos, o vasto território iraniano e a sua situação geopolítica, juntamente com as suas capacidades e recursos humanos, são considerados factores adequados que podem ser usados e aproveitados neste aspecto.

No início desta fase, podemos pôr de lado alguns mal-entendidos através do restabelecimento de conversações bilaterais de modo a alcançar pontos de cooperação, e até criar um plano de relações estratégicas entre o Irão e a Europa.

Por outro lado, também diálogo religioso e intercultural pode servir de ponte de aproximação entre as nossas perspectivas e realçar os nossos pontos comuns. Assim, a nomeação pela União Europeia e o Parlamento Europeu do ano 2008 como o "Ano do Diálogo de Culturas" (a sua versão iraniana é "Diálogo de Civilizações") torna-se uma boa ideia perante este contexto, e esperamos que este diálogo possa ser considerado como um passo vital na promoção da paz, tranquilidade e bem.-estar entre todos os seres humanos.

O diálogo e interacção em todas as suas formas e em todas as áreas, incluíndo a política, cultural e económica, é uma necessidade vital da humanidade e sociedades humanas. Sem diálogo, irão proliferar as confrontações. Confrontações estas que não são aceites por nenhum homem sábio, nenhuma sociedade e nenhum governo responsável. [fonte]

domingo, 10 de fevereiro de 2008

"Ahmadinejad não nos é imposto"


A sul de Teerão, perto do Aeroporto Internacional, na povoação de Robat Karim, a população esteve sem gás durante vários dias do mês passado e continua a sofrer cortes de energia ao meio-dia e durante a noite, dizem os residentes.

A escassez de gás natural no Irão originou uma crise quando o Turcomenistão cortou os fornecimentos, em Dezembro, após uma disputa sobre preços. O Irão não tem capacidade de refinação para as suas próprias necessidades.

Robat Karim é um aglomerado conservador, que desconfia dos estrangeiros e apoia o Presidente. Mas sem as ruas limpas da neve e com as noites frias, os nervos começaram a ceder. "Tenho um inquilino num apartamento do andar de cima e não temos gás há vários dias", afirmou Nour Asadzade, um lojista da povoação, de 70 anos. "Pediu-me ajuda, mas respondi que não podia fazer nada".

Do lado de fora, uma mulher de 52 anos caminhava cuidadosamente em cima do gelo, da estrada esburacada e das poças. "Quero dizer isto: 'Não, eles não nos ligam nenhuma'". Disse chamar--se Akram, mas depois ficou assustada e escapuliu-se para dentro de casa.

Durante anos parecia que o Irão estava a evoluir, afastando-se de um Estado definido pela ideologia revolucionária. O antigo presidente Ali Rafsanjani, ele próprio um pai da revolução, enfatizou o pragmatismo económico. O seu sucessor, Mohammed Khatami, aliviou as restrições sociais e clamou por um "diálogo de civilizações". Depois veio Ahmadinejad e uma nova geração, uma classe de homens que lutou na guerra de oito anos com o Iraque e que, desde aí, tem feito o Irão retroceder para um tempo em que a ideologia revolucionária definia o Estado. Kaveh Bayat, um historiador, afirma que o desejo de exportar a revolução está de volta". A ideia de que se não exportarmos a revolução, deixamos de existir está profundamente enraizada - esteve adormecida com Rafsanjani e Khatami, mas acordou agora", pensa Bayat. "Tentámos esquecê-la, mas está de volta."

Ahmadinejad mudou tanto o rumo do Estado que levou muita gente a afirmar que, três décadas depois da revolução, o Irão permanece um lugar definido por indivíduos e não por instituições.

Quase toda a gente parece reconhecer que um dos maiores problemas reside na natureza do sistema político - dividido como está entre as múltiplas facções, cada uma delas lutando por aceder ao poder. Não é um sistema concebido para soluções de compromisso e a luta interna pode mandar mensagens confusas para o mundo exterior. "Facilitaria muito o nosso trabalho se eles conseguissem chegar a um consenso", disse um diplomata ocidental em Teerão sob anonimato. Outro diplomata afirmou: "Estou siderado pela emoção e pelo antagonismo que demonstram na luta política entre eles".

Existem pelo menos duas opiniões sobre o caminho que o país está a tomar. Uma delas é a de que Ahmadinejad e os seus aliados precisavam de chegar ao poder para verificarem que a ideologia não é uma linha que possa ser adoptada com sucesso na governação de um Estado moderno como o Irão. As dificuldades económicas, segundo este ponto de vista, irão acabar por moderá-los ou marginalizá-los. "Chegaram ao centro do poder e percebem agora que dirigir um país como o Irão é difícil", disse um consultor de negócios em Teerão que o anonimato para evitar retaliações.

"A gestão dos recursos de gás, atinge todos os lares", afirmou o consultor. "Penso que com isto, o sistema como um todo atingiu um clímax". Outra opinião é de que Ahmadinejad e os seus aliados guiados pela ideologia não desistirão e não serão afastados do poder. "Do ponto de vista social, temos uma estrutura social preparada para a emergência do fascismo", pensa Bayat, o historiador. "Tal como a Europa da década de 1920, temos um proletariado insatisfeito à procura de soluções radicais e extremas. Ahmadinejad não nos é imposto."|- M. S. [fonte]

Irão já começou a construir segunda central nuclear

O embaixador do Irão na Rússia, Gholamreza Ansari, anunciou que a República Islâmica já deu início à construção de uma segunda central nuclear, salientado ser agora preciso «pensar sobre o combustível para a alimentar».

De acordo com o Governo de Teerão, a primeira central nuclear do país está a ser construída na cidade de Bushehr, no Sul, sendo que as operações para testes deverão começar ainda este ano. O combustível nuclear para esta primeira central já foi entregue por parte da Rússia.

Conforme relata o Diário Digital, os EUA e a União Europeia (UE) continuam a suspeitar que o Irão esteja a procurar desenvolver armas nucleares.

Estas acusações já foram, entretanto, desmentidas por Teerão, que alega que o seu interesse é apenas produzir electricidade para exportar o seu excedente de petróleo e gás. [fonte]

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Presidente da África do Sul defende direito iraniano à exploração nuclear pacífica


No acto de recepção do novo embaixador iraniano em Pretória, o presidente da África do Sul, Tambo Mbeki, defendeu os direitos de Teerão à exploração divil da energia nuclear, "na qualidade de membro do Tratado de Não Proliferação de armas nucleares (TNP)". Nesta cerimónia o mandatário sul-africano insistiu ainda que o seu governo "continuará a apoiar o Irão", neste sentido.

"O papel do Irão na solução das crises desta zona é efectivo", manifestou Mbeki, por sua vez anunciou também a sua disposição para visitar Teerão "dentro de pouco tempo", tendo em conta "as negociações construtivas" que tem mantido com o seu colega iraniano, Mahmud Ahmadinejad.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Saeed Jalili: "O nuclear é um direito do Irão"


Como secretário do Conselho Supremo de Segurança do Irão, Saeed Jalili é o chefe dos negociadores do programa nuclear iraniano e tem que gerir todas as implicações políticas. Agora, tem uma difícil tarefa à frente, com as Nações Unidas a poderem decidir novas sanções contra Teerão, por não respeitar as anteriores resoluções e continuar a enriquecer urânio. As conversações estão num impasse, como Saeed Jalili deu a entender nesta entrevista exclusiva à EuroNews.

Sergio Cantone, EuroNews: "O que pensa sobre esta falta de confiança do Ocidente em relação à capacidade nuclear iraniana?"

Saeed Jalili: "É muito claro hoje que estes países estão apenas à espera dum falso pretexto para tomar estas medidas contra o Irão. Esses mesmos países tinham a melhor cooperação possível com o ditador do Irão, com o antigo regime e assinaram um acordo nuclear com esse regime. Quando essa ditadura foi derrubada pelo povo iraniano, começaram a impôr sanções contra o nosso país e contra o nosso povo."

EuroNews: "A palavra é estabilidade. A resposta é estabilidade. O Irão não está a dar confiança aos outros países..."

Saeed Jalili: "Pensamos, e acreditamos, que a comunidade internacional está a apoiar a posição iraniana, no que toca às actividades e ao programa nuclear pacífico. Mais de 120 países, do movimento dos não-alinhados, apoiaram o programa nuclear iraniano e os seus direitos no âmbito do programa de energia nuclear. Só dois ou três países é que se consideram iguais à comunidade internacional. Até o relatório dos serviços secretos americanos reconhece que o Irão tem um programa nuclear pacífico."

EuroNews: "E sobre a existência de Israel?"

Saeed Jalili: "Acreditamos que a ocupação, a coerção, não dão legitimidade. Tudo tem que ser determinado por um processo democrático, essa é a única solução. Se o resultado de um processo democrático é o desaparecimento de uma entidade, então há um problema com essa entidade."

EuroNews: "Se tem essas ideias a respeito da existência de Israel, essa entidade como lhe chama, não pensa que há países amigos de Israel, como os Estados Unidos ou alguns países europeus, que vão deixar de confiar no Irão, numa altura em que o Irão está a construír uma capacidade nuclear, mesmo dizendo que é civil?"

Saeed Jalili: "Sempre dissemos que a terra palestiniana pertence ao povo que lá vive, incluindo judeus, cristãos e muçulmanos. Não há diferenças entre eles. As pessoas que foram expulsas da terra palestiniana têm o direito de regressar à pátria. E essas pessoas devem ter o direito de participar num processo democrático pela auto-determinação, e a decisão deve ser respeitada, independentemente de qual seja. Não sou eu, nem você, nem nenhum país que deve decidir por eles. Por que se sentem eles em perigo por causa de um simples processo democrático?"

EuroNews: "Acha importante o Irão continuar com o enriquecimento de urânio?"

Saeed Jalili: "Não é importante, mas faz parte dos nossos direitos, segundo o Tratado de Não-Proliferação. Temos um certo número de obrigações e um certo número de direitos. Devemos cumprir as nossas obrigações, mas devemos também poder gozar dos nossos direitos, no quadro do tratado. A questão é: por que razão é importante para esses países? Porque querem eles privar-nos dos nossos direitos?"

EuroNews: "Um país com uma capacidade nuclear pequena e reduzida, como o Irão, pode importar urânio enriquecido de outros países, como a Rússia, o que pode até ser mais barato. Porquê ter uma tecnologia iraniana de enriquecimento?"

Saeed Jalili: "A razão principal é que é uma tecnologia nacional, vamos desenvolvê-la no nosso país. segundo o nosso plano de desenvolvimento a 20 anos, vamos produzir 20.000 megawatts de energia nuclear. Vamos gerar energia através de centrais nucleares e, para isso, vamos precisar de construír 20 centrais nucleares em 20 anos e para isso precisamos de milhares de milhões, em termos de investimento. Quais são as garantias de que esses países vão fornecer-nos combustível para as centrais, se nem sequer aviões de passageiros e peças soltas são capazes de fornecer? Quanta energia pensa que podemos produzir com as centrifugadoras que temos agora? Mesmo se aumentarmos o número dez vezes, não vamos conseguir alimentar nem sequer uma só central nuclear."

EuroNews: "Acha que o tema do nuclear pode fazer parte das conversações alargadas com os Estados Unidos, a respeito da situação no Médio Oriente?"

Saeed Jalili: "Sim, sem problemas. Mas o verdadeiro problema não é haver conversações ou negociações, o problema é como vamos abordar as conversações no futuro. Quando duas partes se encontram para negociar, põe-se a questão de se falam como amigos, como parceiros, como rivais ou como inimigos."

EuroNews: "E quanto à mudança de atitude em França e na Alemanha, que acha?"

Saeed Jalili: "O resultado das políticas vai ser proporcional à atitude que estão a ter. Esses países podem ter mudado de atitude em relação às políticas, as empresas desses países estão agora menos presentes no nosso país e agora estão a assistir ao resultado dessa política." [fonte]

Irão pretende abastecer Europa por Sines

Portugal "pode ter uma parte maior do bolo das relações do Irão com a Europa" no campo energético, disse ontem, em Lisboa, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Manouchehr Mottaki.

O país "pode armazenar energia" do Irão "ou obter aquela de que necessita", segundo o responsável pela diplomacia de Teerão, confirmando que "a cooperação energética na exploração de gás e também na compra de petróleo fazem parte" de uma negociação em curso envolvendo a Galp pelo lado português.

O seu homólogo português, Luís Amado, confirmou a existência "há vários meses de contactos" entre a Galp e a NIOC (National Iranian Oil Company, a empresa nacional de petróleos iraniana) para projectos conjuntos na área da exploração hidrocarbonetos. Segundo a Lusa, que citou palavras de Amado na conferência de imprensa após o encontro com Mottaki, a preocupação portuguesa "é agora a de criar condições estratégicas e políticas que permitam desenvolver muito mais as relações económicas, comerciais e culturais entre os dois países".

Se as negociações com a Galp correrem bem, o Irão poderá ser um dos fornecedores de gás natural da petrolífera portuguesa, confirmaram ao DN fontes ligadas às negociações. Em contrapartida, o Irão gostaria de armazenar petróleo, em Sines, para distribuir depois para outros mercados europeus.

Um projecto que poderá vir a ser estudado entre as duas partes caso cheguem a um acordo, confirmaram as mesmas fontes. Uma possibilidade semelhante está prevista no memorando de entendimento assinado, em Outubro, entre a Galp e a Petróleos da Venezuela.

O fornecimento de gás liquefeito por parte do Irão à Galp, e uma possível entrada desta na exploração de gás naquele país são dois aspectos que já estão em discussão há vários meses entre a empresa portuguesa e as autoridades iranianas. Fontes da Galp, por seu turno, limitam-se a confirmar a existência de negociações e a sublinhar que não há qualquer acordo.

No decurso da estadia do ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, em Lisboa, houve apenas mais um encontro de trabalho, adiantaram as mesmas fontes.

Agora, as negociações entre a Galp e a NIOC vão continuar .

O MNE iraniano, que se exprimiu sempre em persa com tradução para português, exibiu uma nota de razoável optimismo e mostrou-se convicto da possibilidade de acordo.

Segundo Mottaki, as propostas portuguesas estão actualmente a "serem analisadas pelo Ministério do Petróleo" iraniano. O diplomata de Teerão realçou, ainda no plano económico, a existência de condições para empresas portuguesas - "no investimento e no comércio" - estarem presentes no seu país, colocando ainda ênfase na "longa relação" de cinco séculos entre Portugal e Teerão, "uma relação sem nenhum aspecto negativo em aberto". [fonte]

Federação do Irão escolhe Javier Clemente

Segundo fez saber Mehdi Taj, os representantes da Federação concluíram hoje, numa reunião realizada em Bilbau, as negociações com o treinador espanhol.

O acordo estabelece que, durante os próximos três anos, Javier Clemente, actualmente com 57 anos, venha a auferir um vencimento de cerca de 30 mil euros mensais.

Recorde-se que o treinador português Artur Jorge chegou a ser contactado para o cargo de seleccionador do Irão, mas acabou por ser preterido com a justificação de que teria o “perfil ideal para o cargo”. [fonte]

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Iraque: Presidente do Irão deve realizar visita histórica a Bagdad

Bagdad, 23/01 - O presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, aceitou um convite para visitar Bagdad, afirmou na quarta-feira o Ministério das Relações Exteriores do Iraque.

A viagem história faria de Ahmadinejad o primeiro dirigente iraniano a colocar os pés dentro do ex-rival.

Na década de 1980, o Irão e o Iraque travaram uma guerra de oito anos em que centenas de milhares de pessoas foram mortas. Mas as relações entre os dois países melhoraram depois de o ditador iraquiano Saddam Hussein ter sido derrubado do poder na invasão liderada pelos EUA, em 2003, e de um governo comandado por xiitas ter assumido o comando do Iraque.

"O presidente Ahmadinejad aceitou um convite feito pelo presidente Talabani (Jalal Talabani) para que viesse ao Iraque", disse à Reuters o vice-ministro iraquiano das Relações Exteriores, Labeed Abawi.

Um assessor de Ahmadinejad, que pediu para não ter sua identidade revelada, afirmou: "Ouvimos informações a respeito disso, mas nenhuma data foi ainda estipulada."

Tanto Talabani quanto o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, já visitaram o Irão, um país xiita que, segundo alguns analistas, possui uma influência maior sobre o Iraque do que os EUA.

Ahmadinejad aceitou o convite em um momento de grande tensão entre os governos norte-americano e iraniano. Os EUA acusaram o Irão de ameaçar seus navios de guerra no estreito de Hormuz, no começo deste mês.

Os dois países também se desentendem por causa do programa nuclear iraniano e por causa do que os norte-americanos descrevem como a "influência negativa" do Irão dentro do Iraque ao supostamente armar e treinar milícias xiitas. O Irão nega as acusações e afirma estar comprometido com a paz no território vizinho.

O governo iraquiano, aliado dos EUA e ainda dependente das forças norte-americanas para proteger suas fronteiras, afirmou não querer ficar preso em qualquer tipo de fogo cruzado mantido entre a potência mundial e os iranianos. [fonte]

Amado e homólogo iraniano confirmam contactos sobre gás


Os ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal e do Irão confirmaram hoje a existência de contactos regulares entre empresas dos dois países para a exploração conjunta de gás.

«Há, há vários meses, contactos para - creio - a exploração conjunta de um campo no Irão. Esses contactos desenvolvem-se na esfera das empresas e não são, necessariamente, objecto de qualquer decisão política», disse Luís Amado à imprensa depois de receber em Lisboa o homólogo iraniano, Manuhcher Mottaki.

O ministro iraniano confirmou igualmente esses contactos, sublinhando que «a energia faz parte das relações entre os dois países há longa data», e precisou que, no caso do gás, «houve algumas negociações há alguns meses entre empresas dos dois países» que, quando forem concluídas, «vão dar um novo passo no relacionamento económico» luso-iraniano.

De acordo com o jornal Diário de Notícias, a petrolífera portuguesa Galp está em negociações com a empresa de petróleo do Irão para entrar na exploração e produção de gás natural liquefeito naquele país.

Mottaki já tinha evocado, na sua declaração inicial à imprensa, as «relações de amizade de muitos séculos» entre Portugal e o Irão e o «grande potencial para o desenvolvimento» dessa relações, «especialmente na área energética».

Luís Amado referiu-se também a essas relações seculares e às actividades que várias empresas portuguesas desenvolvem no ou com o Irão, mas sugeriu que as relações bilaterais beneficiariam de um melhor relacionamento do Irão com a comunidade internacional.

«A nossa preocupação, agora, é criar condições estratégicas e políticas que permitam desenvolver muito mais as relações económicas, comerciais e culturais entre os dois países», disse o ministro português.

«Para isso, é necessário criar uma cultura de confiança nas relações entre os nossos governos e os nossos Estados que permita ao Irão abrir-se a todas as potencialidades de relacionamento com a comunidade internacional, na qual Portugal se insere», acrescentou Amado. [fonte]

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Presidente do Irã deve realizar visita histórica ao Iraque

BAGDÁ, Iraque (Reuters) - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, aceitou um convite para visitar Bagdá, afirmou na quarta-feira o Ministério das Relações Exteriores do Iraque.

A viagem história faria de Ahmadinejad o primeiro dirigente iraniano a colocar os pés dentro do ex-rival.

Na década de 1980, o Irã e o Iraque travaram uma guerra de oito anos em que centenas de milhares de pessoas foram mortas. Mas as relações entre os dois países melhoraram depois de o ditador iraquiano Saddam Hussein ter sido derrubado do poder na invasão liderada pelos EUA, em 2003, e de um governo comandado por xiitas ter assumido o comando do Iraque.

"O presidente Ahmadinejad aceitou um convite feito pelo presidente Talabani (Jalal Talabani) para que viesse ao Iraque", disse à Reuters o vice-ministro iraquiano das Relações Exteriores, Labeed Abawi.

Um assessor de Ahmadinejad, que pediu para não ter sua identidade revelada, afirmou: "Ouvimos informações a respeito disso, mas nenhuma data foi ainda estipulada."

Tanto Talabani quanto o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, já visitaram o Irã, um país xiita que, segundo alguns analistas, possui uma influência maior sobre o Iraque do que os EUA.

Ahmadinejad aceitou o convite em um momento de grande tensão entre os governos norte-americano e iraniano. Os EUA acusaram o Irã de ameaçar seus navios de guerra no estreito de Hormuz, no começo deste mês.

Os dois países também se desentendem por causa do programa nuclear iraniano e por causa do que os norte-americanos descrevem como a "influência negativa" do Irã dentro do Iraque ao supostamente armar e treinar milícias xiitas. O Irã nega as acusações e afirma estar comprometido com a paz no território vizinho.

O governo iraquiano, aliado dos EUA e ainda dependente das forças norte-americanas para proteger suas fronteiras, afirmou não querer ficar preso em qualquer tipo de fogo cruzado mantido entre a potência mundial e os iranianos. [fonte]

Ahmadinejad: a nova resolução da ONU sobre o nuclear “não terá consequências”

A nova resolução da ONU para dissuadir Teerão de desenvolver armas nucleares, que obteve ontem o acordo dos membros permanentes do Conselho de Segurança, “não terá consequências”, disse hoje o Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.

“A nossa posição é muito clara. Para nós, o caso nuclear está encerrado”, declarou Ahmadinejad, citado no site da Internet da televisão estatal.

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU “adoptaram uma resolução sem consequências”, acrescentou.

Ontem não foi divulgado o teor do texto acordado, mas um alto responsável norte-americano, citado pela AFP e Reuters, adianta que a resolução “acentua a severidade das sanções” já adoptadas contra o regime iraniano e “acrescenta novos elementos”.

Em causa estará, segundo a mesma fonte, um reforço do congelamento de contas bancárias no estrangeiro e da proibição de concessão de vistos a personalidades ligadas ao regime. [fonte]

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Gaza: Irão apela levantamento popular contra crimes israelitas

O Irão defendeu hoje um levantamento popular nos países islâmicos contra os «crimes» e o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza, que causou a interrupção do fornecimento de electricidade da única central do território palestiniano.

«Os Estados Unidos e seus aliados são os protectores da entidade sionista (Israel) que comete esses crimes contra o povo palestiniano em Gaza», disse o presidente do Parlamento iraniano, Gholam Haddad Adel, citado pela agência Irna.

«O mundo islâmico deve fazer frente a esses crimes, e não permanecer com os braços cruzados», acrescentou, durante uma sessão no Legislativo, classificando de «vergonhoso o silêncio» das organizações internacionais.

A Faixa de Gaza, controlada pelo movimento islâmico Hamas - apoiado pelo Irão - «é alvo quase diariamente de violentos ataques israelitas e está agora à beira de uma crise humanitária, os seus habitantes precisam urgentemente de combustível, água e electricidade», acrescentou.

Vários países árabes condenaram os recentes ataques e as medidas punitivas israelitas contra a população de Gaza, tendo o Irão pedido na semana passada a realização de uma reunião de emergência da Organização da Conferência Islâmica (OCI), integrada por 57 países, para discutir a situação. [fonte]

MNE iraniano em Lisboa para conversar com Galp

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão vai estar em Portugal amanhã para acelerar contactos com vista a um acordo com a Galp e outros desenvolvimentos das relações bilaterais, soube o DN de fontes ligada ao processo. Manucher Mutaki (na foto com um representante da Associação de Amizade Portugal Irão, Flávio Gonçalves - nde) lidera uma delegação “multidisciplinar”, que deverá “reforçar o que foi conseguido durante a recente visita do ministro do Petróleo”, revelaram as mesmas fontes.

Um acordo comercial com a petrolífera portuguesa poderá ser o primeiro passo para outros voos mais altos.

Manucher Mutaki deverá encontrar-se com Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros português, com Jaime Gama, presidente da Assembleia da República, e com “outras personalidades” nacionais. Um encontro com o primeiro-ministro José Sócrates estava ontem ainda por confirmar.

Segundo o DN noticiou no passado dia 5 de Outubro, a NIOC, empresa nacional de petróleo do Irão, tinha nessa altura já dado início a negociações com a Galp no sentido de a petrolífera portuguesa entrar na exploração e produção de gás natural liquefeito naquele país. A informação foi na altura transmitida pelo director-executivo da empresa iraniana e representante especial do ministério dos petróleos no Irão, Hojotollah Guanimifard. Segundo aquele responsável, uma delegação de duas pessoas da Galp Energia tinha-se deslocado há alguns meses ao Irão para discutir esse assunto. “Foi um primeiro contacto, depois disso já recebemos uma carta da Galp a solicitar mais informações, à qual respondemos e temos mantido contactos”, afirmou.

Guanimifard disse então que ficaria “muito satisfeito” se fosse possível chegar a uma parceria. Contudo, não escondeu que há outras empresas estrangeiras em jogo, cujas propostas o Irão estaria a valiar. “Estamos num processo de escolha”, sustentou, não deixando no entanto de salientar que o mercado português de gás também seria olhado pelo Irão “como uma nova janela de oportunidade na Europa”.

O mesmo responsável assegurava na altura que ainda não estava a discutir blocos a atribuir à Galp. Apenas se estava a falar de zonas de exploração, adiantou, entretanto, uma fonte da petrolífera portuguesa. O director executivo da NIOC sublinhou ainda a longa relação que a sua empresa mantém com a Galp, como sua fornecedora de petróleo. A NIOC fornece à Galp 12 mil barris de petróleo por dia. [fonte]

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Irão recebe terceiro lote de combustível nuclear


O Irão recebeu hoje um terceiro lote de combustível nuclear para a central de Bushehr, que está a ser construída por empresas russas, noticiou a agência RIA-Novosti.

Trata-se de uma carga de 11 toneladas de urânio que, de acordo com fontes do Organismo de Energia Nuclear do Irão, faz parte de um conjunto de cinco lotes que serão fornecidos pela Rússia, mediante o calendário estabelecido.

O director da companhia russa Atomstroiexport, Serguei Chmatko, que está a construir a central nuclear iraniana, Bushehr só entrará em funcionamento em 2009.

Porém, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Manuchehr Mottaki, declarou que a central começará a trabalhar a 50 por cento da capacidade antes do Verão.

A Rússia começou a fornecer combustível nuclear para a central de Bushehr em 16 de Dezembro passado. Ao todo, Moscovo deverá enviar para o Irão 82 toneladas de combustível nuclear.

As autoridades russas sublinharam que estes fornecimentos estão a ser realizados sob o controlo da Agência Internacional para Energia Atómica (AIEA).

Os Estados Unidos não esconderam a sua insatisfação face à cooperação russo-iraniana no campo nuclear.

"O Irão não precisa de aprender a enriquecer urânio se o combustível nuclear para os reactores é fornecido pela Rússia", declarou o Presidente norte-americano, George W. Bush, na sequência do anúncio do envio do primeiro fornecimento de urânio de Moscovo para o Irão, no passado mês de Dezembro.

Por sua vez, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, considerou que "a Rússia não vê necessidade económica para a continuação do programa de enriquecimento de urânio pelo Irão".

O líder espiritual do Irão, Ali Khamenei, sublinhou já que o país irá continuar a enriquecer urânio para garantir combustível para as futuras centrais nucleares. [fonte]

Ahmadinejad diz que Bush não conseguiu semear divisão no Médio Oriente


O Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, congratulou-se hoje por o seu homólogo americano, George W. Bush, não ter conseguido “semear a divisão” entre os países do Médio Oriente durante o périplo que realizou na última semana.

O Presidente americano “quis semear a divisão entre os povos da região, mas a sua viagem, para consumo interno devido à aproximação das presidenciais, não teve o efeito esperado”, declarou o dirigente iraniano, durante uma entrevista à televisão por satélite Al-Jazira.

“Esta viagem foi um fracasso”, garantiu Ahmadinejad, sublinhando que Bush não conseguiu convencer os seus aliados árabes da “ameaça” que o regime iraniano representa aos seus olhos.

Questionado sobre a possibilidade de um ataque militar americano ao Irão, Ahmadinejad reafirmou que “o povo iraniano sempre soube defender os seus direitos”, acrescentando que “os agressores sabem que se arrependerão” de qualquer imprudência.

Ainda assim, o Presidente iraniano não acredita que um ataque possa ser lançado contra o seu país, uma vez que os avisos feitos por Washington “servem apenas para camuflar os seus fracassos e falhas”.

George W. Bush visitou durante uma semana vários países do Golfo Pérsico, depois de uma passagem por Israel e pelos territórios palestinianos, numa deslocação em que repetiu por várias vezes a necessidade de enfrentar a ameaça iraniana. Washington suspeita que Teerão esteja a usar o seu programa nuclear para desenvolver bombas atómicas e acusa o país de ser o principal financiador e fornecedor de grupos terroristas activos na região.

Os países árabes, apesar da desconfiança com que encaram o protagonismo crescente do vizinho persa, mostram-se reticentes em apoiar a escalada de confrontação movida por Washington contra o regime iraniano.

Ontem, o chefe da diplomacia do Kuwait, aliado dos EUA na região, classificou o regime iraniano como “amigo” do país, depois de no dia anterior o seu homólogo saudita ter dito que o Irão “é um país importante para a região”. [fonte]

Presidentes egípcio e turco contra acção militar no Irão

Cairo, Egipto (PANA) - O Presidente egípcio, Hosni Mubarak, e o seu homólogo turco, Abdullah Gul, advertiram contra a utilização da força contra o Irão para lhe obrigar a renunciar às suas ambições nucleares.

Durante uma conferênca de imprensa conjunta no Cairo, o Presidente Mubarak declarou que a situação necessita uma solução outra que as bombas e a invasão.

"Não temos nenhum pormenor sobre o programa nuclear iraniano, mas se tal programa representar um perigo deve-se remediar de maneira pacífica", declarou o Presidente Mubarak.

"A utilização da força não é necessária porque pode ter consequências graves na região e no mundo", acrescentou o Presidente egípcio, que devia reunir-se quarta-feira com o seu homólogo norte-americano, George Bush, durante algumas horas.

"Os problemas devem ser resolvidos por via diplomática", acrescentou, por seu turno, o Presidente turco.

George Bush, que termina um périplo de oito dias pelo Médio Oriente, declarou nos Emirados Árabes Unidos que o Irão se tornou "o principal padrinho do terrorismo mundial" e a maior ameaça para a estabilidade da região com a Al Qaeda.

"É por isso que os Estados Unidos estão a reforçar os seus compromissos de segurança de longa data com os seus aliados no Golfo e no mundo inteiro para fazer face ao perigo antes que não seja muito tarde", declarou o Presidente Bush.

O Egipto sempre expressou a sua preocupação pela opção militar contra o Irão.

Os Estados Unidos acusam o Irão de usar energia nuclear para fabricar uma bomba nuclear.

O Governo iraniano lembra que o seu programa não visa desenvolver uma bomba, mas satisfazer a forte procura de energia nuclear da sua população em crescimento. [fonte]

Presidente iraniano diz que Israel matou palestinos com consentimento de Bush

GAZA (AFP) — O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, afirmou nesta quarta-feira que o presidente americano, George W. Bush, deu "sinal verde" para as operações israelenses que deixaram 19 palestinos mortos em Gaza, informou um porta-voz do grupo islamita Hamas.

Ahmadinejad fez esses comentários durante uma conversa telefônica com o primeiro-ministro do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh (que não tem o reconhecimento da comunidade internacional), precisou o porta-voz de seu gabinete, Taher Al Nunu.

"O presidente iraniano Ahmadinejad ligou para o primeiro-ministro Ismail Haniyeh para apresentar suas condolências ao povo palestino e ao dr. Mahmud Zahar pela perda de seu filho", indicou Nunu.

Um filho de Zahar, que era um dos líderes mais influentes do Hamas, é uma das 19 vítimas da operações israelenses.

Bush realizou na semana passada uma visita a Israel e aos territórios palestinos em sua viagem pela região. [fonte]

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Irão está disposto a resolver questão nuclear

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ali Bagheri, assegurou hoje em Madrid que o Irão está preparado para resolver «definitivamente» as divergências com a comunidade internacional sobre o respectivo programa nuclear.

Em conferência de imprensa por ocasião da sua participação no 1º Fórum da Aliança de Civilizações, Bagheri assegurou que actualmente «as circunstâncias são muito favoráveis» e que o Irão «está a preparar-se para resolver definitivamente a questão».

O vice-ministro lembrou que o último relatório do director-geral da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Mohamed ElBaradei, «demonstrava que tinham sido solucionadas algumas das ambiguidades que existiam relativamente à questão nuclear».

Bagheri reprovou «os dois pesos e duas medidas internacionais» utilizados pelos seis países que participam nas negociações, recriminou os Estados Unidos pela sua ingerência na solução do problema, e também os «unilateralistas que querem que a Europa não tenha um papel destacado a nível mundial».

Neste sentido, insistiu em que as circunstâncias actuais são muito favoráveis e que, na sua opinião, um fracasso nesta questão representaria «um fracasso da Europa no seu papel internacional».

Bagheri reiterou que «as acções nucleares iranianas são totalmente transparentes» e criticou o presidente norte-americano, George W. Bush, pela sua atitude e declarações que fez no périplo por vários países árabes, «algo que não ajuda à calma e tranquilidade na região», disse.

Considerou ainda que os países da região «não têm problemas entre si».

«Bush, da mesma forma como disse querer levar segurança ao Afeganistão, e tranquilidade ao Iraque, com toda certeza quer fazer o mesmo noutras áreas do Golfo», ironizou. [fonte]