sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Irão projecta renovar refinaria de petróleo no Zimbabwe

Harare, Zimbabwe (PANA) - O Irão preconiza investir numa refinaria no Zimbabwe para abastecer o país em petróleo, declarou quarta-feira o embaixador do Irão no Zimbabwe, Rasoul Momeni.

O Zimbabwe quer renovar e relançar uma velha refinaria construída nos anos 70 com a ajuda do Irão.

A Refinaria de Feruka situada na cidade de Mutare, no leste do país, liga à cidade portuária de Beira, de onde se fazem a maioria das importações petrolíferas do Zimbabwe através dum oleoduto.

Momeni declarou que o seu país discutiu com o Governo de Harare sobre a renovação da refinaria de petróleo sem revelar o custo desta restauração.

"Hoje a questão da energia é a mais fundamental na cena internacional. Tendo em conta o aumento dos preços de petróleo no mercado internacional, a renovação da refinaria de Feruka reveste-se duma importância capital", declarou.

"As equipas técnicas já inspeccionaram a refinaria e apresentaram os resultados dos seus estudos às autoridades zimbabweanas", disse o diplomata.

Além da transformação do petróleo bruto para o Zimbabwe, a refinaria de Feruka tem capacidade de abastecer igualmente os países da região como o Malawi, Moçambique, a África do Sul e a Zâmbia.

A retomada das actividades da refinaria estimulará a economia do Zimbabwe, confrontada com uma penúria durante mais de sete anos devido a falta de divisas.

Para corrigir as penúrias de petróleo, o país abriu em Dezembro último uma fábrica de produção de biocombustível na capital Harare com o apoio da Coreia do Sul. [fonte]

Irão rejeita pressões e vencerá no final, diz Ahmadinejad

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, rejeitou hoje as novas pressões das potências internacionais sobre o Irão para que suspenda o respectivo programa nuclear, e disse acreditar que a República Islâmica «ganhará no final».

O governante iraniano, citado pela agência Irna, não se referiu, no entanto, à advertência da Rússia de apoiar uma nova resolução internacional contra o Irão se este não abandonar as respectivas actividades do enriquecimento de urânio.

«Os inimigos vêm todos os dias com uma nova desculpa para impedir o desenvolvimento do povo iraniano (...) a sua desculpa há vários anos é a questão nuclear», disse Ahmadinejad, numa cerimónia em Teerão em memória dos «mártires» iranianos da guerra contra o Iraque (1980-88).

O presidente iraniano respondeu assim às tentativas de França, EUA e Alemanha de conseguir a aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU para novas sanções contra o Irão, que garante que o seu programa é pacífico, enquanto as grandes potências suspeitam que tem fins militares.

Ahmadinejad, bem como outros vários responsáveis do regime de Teerão, reiteraram várias vezes que as sanções não levarão o Irão a suspender os planos atómicos, incluindo o enriquecimento de urânio, que consideram um «direito indiscutível do povo iraniano». «O povo do Irão será o vencedor final, e não há potência que possa impedir o seu desenvolvimento», disse. [fonte]

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Iraque: Invasão iraniana para proteger xiitas fora de questão - Embaixador do Irão em Portugal

O Irão nunca faria uma incursão militar para proteger os "irmãos xiitas" no Iraque, onde um bombista suicida matou no domingo 40 peregrinos e feriu 60 em Iskandiriyah, garantiu hoje o encarregado de negócios da embaixada iraniana em Portugal.

Mehdi Mokhtari frisou que o seu país está empenhado na "cooperação com o governo iraquiano, em nome da paz e estabilidade", ao ponto de o Presidente Mahmud Ahmadinejad realizar a 02 de Março a sua primeira visita a Bagdad.

O diplomata justificou a presença internacional em solo iraquiano, que "deve ser separada" da de "outros países", disse, numa alusão aos Estados Unidos.

Sobre a campanha militar turca em curso desde a passada quinta-feira no norte do Iraque, para desmantelar as bases da guerrilha do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), o encarregado de negócios iraniano classificou os separatistas de "terroristas" e condenou os seus actos, por "vitimarem inocentes".

Mokhtari falava em conferência de imprensa para fazer o rescaldo do relatório sobre o programa nuclear iraniano tornado público na sexta-feira pelo director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), organismo regulador das Nações Unidas (ONU).

Washington continua a insistir na necessidade de ser aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU um terceiro "pacote" de sanções contra o regime dos ayatollahs, por se recusar a acatar as resoluções que impõem o fim do enriquecimento de urânio visando, alegadamente, fabricar a bomba atómica.

"O Conselho de Segurança da ONU deveria evitar infligir mais danos à sua própria credibilidade e à autoridade da AIEA, não persistindo nas acções irracionais e ilegais preconizadas por alguns países", declarou, aludindo uma vez mais à iniciativa norte-americana, apoiada por países aliados.

"A intensa e frutuosa cooperação conjunta entre a AIEA e o Irão tem de ser salvaguardada por todos os estados-membros da ONU", acrescentou.

Mokhtari, num comunicado, assegurou que o seu país deu à AIEA pleno acesso às instalações nucleares, respondeu a todas as questões colocadas e prestou as informações requeridas.

"Está claro que o programa nuclear iraniano se destina exclusivamente a fins pacíficos", para produção de electricidade, frisou, concluindo não se justificar, portanto, qualquer pronunciamento adicional do Conselho de Segurança da ONU.

"À luz do relatório da AIEA carecem de fundamento as alegações feitas por alguns países acerca da natureza do programa nuclear" iraniano e do perigo da "proliferação" de armas de destruição em massa (ADM), vincou.

O comunicado conclui que "o Irão tem sido responsável, transparente e um signatário de confiança do Tratado de Não-Proliferação (TNP)" de armas nucleares.

Sobre a resistência do regime dos ayatollahs em assinar o Protocolo Adicional do TNP, que contempla inspecções indiscriminadas e sem pré-aviso da AIEA, Mokhtari foi claro.

"Será subscrito quando cessar a hostilidade de alguns países em relação ao Irão, que suspendeu o programa de enriquecimento de urânio há três anos sem, entretanto, ter visto o mínimo sinal de boa-vontade", concluiu.

Representantes dos cinco países com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU - Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha e França -, mais a Alemanha estiveram hoje reunidos no Departamento de Estado, em Washington, para analisar os novos meios capazes de levar o Irão a renunciar ao programa nuclear.

Tom Casey, porta-voz da diplomacia norte-americana, disse que foi passado em revista o projecto de resolução apresentado ao Conselho de Segurança da ONU, para ser aprovado o mais depressa possível.

Emendas ao texto foram entregues na passada quinta-feira pela Grã-Bretanha e França, visando oferecer aos iranianos - sem prejuízo das sanções - cooperação económica, científica e diplomática, que Teerão tem rejeitado. [fonte]

Cidades de Bagdá e Teerã assinam acordo de cooperação

As autoridades de Bagdá e Teerã assinaram nesta segunda-feira um acordo de cooperação para desenvolver as infra-estruturas e os serviços públicos na capital iraquiana, a poucos dias de uma visita sem precedentes ao Iraque do presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad.

"A prefeitura de Teerã deve estar junto dos iraquianos nestas difíceis circunstâncias", afirmou o prefeito da capital iraniana, Mohamad Bagher Ghalibaf, depois da assinatura do acordo com o diretor da municipalidade de Bagdá, Saber al-Isawi.

Ghalibaf indicou que este acordo prevê ajudas para a construção de estradas, de infra-estruturas para o fornecimento de água e de centros culturais.

Também será criada uma empresa que terá escritórios nas duas capitais para administrar esses projetos, explicou Isawi.

A assinatura deste projeto ocorre poucos dias antes da chegada de Mahmud Ahmadinejad ao Iraque, no dia 2 de março, em uma visita oficial de dois dias sem precedentes para um chefe de Estado iraniano na história contemporânea destes dois países vizinhos. [fonte]

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Relatório da AIEA: Ahmadinejad fala em "vitória histórica" para o Irão

O Presidente iraniano entende que o mais recente relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) representa uma “vitória histórica” para o país e garantiu que o Conselho de Segurança poderá adoptar resoluções “durante cem anos” que não fará Teerão alterar os seus planos.

“Felicito vossa excelência e o povo iraniano pela vitória histórica do Irão na maior confrontação política com as potências opressoras desde a revolução islâmica”, adianta uma mensagem de Mahmoud Ahmadinejad enviada ao Guia Supremo do Irão, o “ayatollah Ali Khamenei.

A agência de controlo nuclear das Nações Unidas revelou ontem, num relatório dirigido ao Conselho de Segurança da ONU, que o regime iraniano forneceu informações suplementares sobre aspectos menos claros do seu programa nuclear, sublinhando os “bons progressos” obtidos na cooperação com o país.

Contudo, a AIEA sustenta os esclarecimentos apresentam ainda lacunas e alguns dados mostram mesmo algumas incoerências, o que impede os peritos nucleares de “determinar a verdadeira natureza do programa nuclear iraniano”.

O relatório acrescenta que Teerão continua a desafiar as resoluções do Conselho de Segurança ao não suspender as suas actividades de enriquecimento de urânio, susceptíveis de ser usadas para a produção de armas nucleares.

Ignorando as partes mais críticas – que levaram os países ocidentais a avançar nas negociações para a aprovação de novas sanções – os dirigentes iranianos consideram que o relatório representa uma vitória do país.

Esta posição foi reafirmada esta tarde por Ahmadinejad numa entrevista à televisão pública iraniana, ao garantir que Teerão pretende prosseguir as suas ambições nucleares. “Podem adoptar resoluções durante cem anos. Isso não vai mudar nada”, afirmou o Presidente iraniano, sublinhando que a energia nuclear “é um direito” que assiste ao país.

Ahmadinejad entende que seria “no interesse” das grandes potências devolver o processo iraniano à AIEA e admitiu mesmo desencadear medidas contra os países que apoiem uma nova resolução.

“Todos os países que levarem isto por diante, sejam europeus ou não europeus, devem saber que vamos adoptar medidas firmes de retaliação”, sublinhou. [fonte]

Irã instalará canal de TV para toda a América Latina na Bolívia

LA PAZ - O presidente boliviano Evo Morales anunciou nesta terça-feira, 19, durante uma reunião de produtores de coca da região do Chapare, que o Irã planeja abrir um canal de televisão "para toda a América Latina" e o instalará na Bolívia.

O líder boliviano, que na segunda, 18, foi reeleito presidente do maior sindicato de cocaleiros do país pelos produtores de Chapare, não entrou em detalhes sobre a possível programação do canal.

Durante o encontro em Cochabamba, Evo declarou apenas que a estação será destinada "a toda a Bolívia, a toda a América Latina, reconhecendo a grande luta desse movimento camponês".

Mais tarde, Alex Contreras, porta-voz presidencial, afirmou que Evo já havia conversado sobre o assunto com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, durante uma visita do iraniano à Bolívia no ano passado e comentou que o canal ainda se encontra em fase de planejamento.

Durante a visita no ano passado, Ahmadinejad prometeu investimentos iranianos no valor de US$ 1 bilhão na Bolívia, especialmente no desenvolvimento da indústria de gás e petróleo e na melhora da infra-estrutura do país sul-americano. [fonte]

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Gastos militares do Irão são dos mais baixos no Médio Oriente

Apesar de ter a segunda maior população do Médio Oriente (atrás apenas do Egipto), o Irão é um dos países que menos gasta com defesa na região, informa a edição de 2008 do Military Balance, publicado pelo Instituto Internacional para Estudos Estratégicos. O Irão gasta 110 dólares per capita com a defesa, enquanto Israel gasta 1.737 dólares, quase 17 vezes mais.

Os gastos militares israelitas, aliás, são os segundos mais altos do mundo, ficando apenas 59 dólares per capita abaixo dos dos Estados Unidos, excluindo o Qatar, que tem uma população inferior a um milhão.

Mesmo em percentagem do Produto Nacional Bruto, o Irão gasta menos de metade do que Israel (3,3% do Irão, contra 7,9% de Israel).

Os editores do Military Balance informam que o governo israelita aumentou o orçamento militar depois da segunda guerra do Líbano, e que Washington comprometeu-se com um pacote de 30 mil milhões de financiamento militar entre 2009 e 2018, o que representa um aumento de 25% comparado com o anterior período de dez anos. [fonte]

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Presidente iraniano visita o Iraque dia 2 de Março

O Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad é esperado no dia 2 de Março em Bagdad para uma visita de dois dias, a primeira de um chefe de Estado iraniano ao país depois da Revolução Islâmica de 1979, anunciou hoje o porta-voz do governo iraquiano.

"O Presidente iraniano visitará o Iraque durante dois dias a partir do dia 2 de Março. Encontrar-se-á com o Presidente Jalal Talabani e com o primeiro-ministro Nuri al-Maliki", declarou à imprensa o porta-voz Ali al-Dabbagh, citado pela AFP.

A mesma fonte indicou que o Presidente iraniano será acompanhado por diversos ministros.

Washington acusa o Irão de fornecer armas e treino às milícias xiitas no Iraque, incluindo bombas de estilhaços que já mataram centenas de militares norte-americanos, indica a Reuters. Teerão sempre negou estas acusações.

Recorde-se que o Irão e o Iraque estiveram envolvidos numa guerra, na década de 1980, na qual morreram centenas de milhares de pessoas, mas os laços entre os dois países melhoraram desde a queda de Saddam, em 2003, altura em que os islamistas xiitas chegaram ao poder, de onde estiveram arredados durante os anos em que o sunita Hussein governou o país com mão de ferro. [fonte]

Ahmadinejad visitará o Iraque em março

BAGDÁ (AFP) — O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, visitará Bagdá no dia 2 de março, na primeira viagem de um chefe de Estado iraniano ao país vizinho desde a Revolução Islâmica de 1979, anunciou nesta quinta-feira o porta-voz do governo iraquiano.

Durante a visita de dois dias, ele se reunirá com o presidente Jalal Talabani e o primeiro-ministro Nuri al Maliki. [fonte]

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

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Iraque anuncia conversas entre EUA e Teerã sobre segurança

Moscou, 12 fev (EFE).- O ministro de Assuntos Exteriores iraquiano, Hoshiar Zebari, anunciou hoje, em Moscou, que os Estados Unidos e Teerã manterão conversas sobre a segurança iraquiana dentro de alguns dias em Bagdá. "Estamos fazendo tudo o possível para organizar uma quarta rodada de conversas entre Estados Unidos e Irã em nosso país. Está previsto para começar dentro de alguns dias", disse Zebari, em entrevista coletiva ao término de sua visita à capital russa.

Além disso, o ministro informou sobre a possibilidade de que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, viaje em breve a Bagdá.

"Convidamos o presidente Ahmadinejad a viajar ao Iraque, e tudo leva a crer que esta visita acontecerá no início de março", acrescentou o ministro de Exteriores iraquiano, citado pelas agências russas.

Além disso, Zebari disse que o Iraque não deve prolongar o mandato das forças internacionais no país, mas espera que os Estados Unidos mantenham sua presença.

"Este ano, de acordo com a resolução da ONU, o mandato das forças internacionais foi prolongado pela última vez. Esperamos que seja efetivamente a última".

Além disso, disse que, "em um futuro próximo, começarão as negociações entre Iraque e Estados Unidos para assinar um acordo de paz, amizade e cooperação".

Zebari também disse que Bagdá está disposto a cooperar com companhias russas interessadas em entrar no mercado iraquiano, mas afirmou que não receberão um tratamento privilegiado.

"Abrimos as portas às companhias russas em todas as esferas, mas só em condições de igualdade", disse.

Segundo o ministro iraquiano, "o princípio que rege agora no Iraque é o da livre concorrência. Está prevista em breve a adoção de uma lei em matéria de petróleo e gás que garantirá as atividades das companhias russas para a extração nas mesmas condições que outras empresas", acrescentou.

Zebari agradeceu à Rússia o perdão de 93% da dívida contraída pelo Iraque, que é de mais de US$ 12 bilhões, e a reestruturação dos 7% restantes (US$ 900 milhões) até 2025.

"Apreciamos muito os esforços do Governo russo ao tomar essa decisão", disse. [fonte]

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Ahmadinejad:Irão enviará dois novos foguetes para o espaço


O Irão vai enviar outros dois foguetes para o espaço nos próximos meses, declarou hoje o presidente Mahmoud Ahmadinejad, durante o discurso pelo aniversário de 29 anos da Revolução Islâmica.

Segunda-feira passada, o Irão lançou um foguete para preparar o envio, «no futuro próximo», do seu primeiro satélite de fabrico nacional em órbita terrestre.

«Lançaremos outros dois foguetes e esperamos colocar em órbita no próximo Verão o primeiro satélite construído no Irão», disse Ahmadinejad.

Na sexta-feira, o embaixador de Teerão na Rússia, Gholamreza Ansar, afirmou que o lançamento do primeiro satélite espacial iraniano deve ocorrer em Março.

A iniciativa foi criticada pelos Estados Unidos e Rússia, que consideram que os lançamentos acentuam o isolamento do país na comunidade internacional.

De acordo com os russos, o lançamento levanta «suspeitas» sobre as possíveis ambições nucleares militares por parte do Irão. [fonte]

O paradigma da cooperação entre o Irão e a Europa

O diálogo é o melhor caminho para promover a compreensão entre as nações e comunidades. Enquanto que o diálogo gera cooperação e interacção, a falta de diálogo e lógica irá ser inevitavelmente seguida por hostilidade e confrontos. Após muitos séculos de tensão e confrontos, desde há cerca de meio século que a Europa se tornou um exemplo bem sucedido de interacção e cooperação, graças ao diálogo e compreensão. Na verdade, o desejo dos seres humanos de seguir o caminho do diálogo e compreensão pôs fim a séculos de conflitos inúteis e o massacre de milhões de pessoas, abrindo caminho ao estabelecimento da paz e estabilidade entre os Estados-Membros. Por isso, perguntamos se não chegou a hora para estabelecer as relações entre a Europa e a República Islâmica do Irão com base no diálogo e cooperação, assim como, na igualdade de estatuto e direitos?

Do ponto de vista histórico e geográfico, o Irão é um país com uma posição privilegiada no Mundo Muçulmano, assim como nas regiões sensíveis do Golfo Pérsico, do Médio Oriente e do Mar Cáspio. Consequentemente, tem a capacidade de desempenhar um papel instrumental nos desenvolvimentos regionais e internacionais, e na instauração da paz e estabilidade. Neste contexto, acreditamos que a República Islâmica do Irão e a União Europeia podem formar uma estrutura adequada para estabelecer uma vasta cooperação, garantindo os interesses mútuos a nível regional e internacional, através de uma cooperação construtiva, intercâmbio constante, cumprimento dos princípios do respeito mútuo e interesses comuns, não-interferência em assuntos internos e lealdade aos compromissos.

Deste modo, de forma a iniciar uma interacção construtiva e uma nova cooperação, necessitamos de um paradigma comum; um paradigma que seja concordado por ambas as partes.

A política externa iraniana após a Revolução Islâmica girou sempre à volta de diálogo e uma abordagem que conduz ao estabelecimento de "justiça e espiritualidade baseadas na paz e tranquilidade". Diálogo e abordagem esses que têm sido sempre valorizados e respeitados, particularmente pelo actual Governo da República Islâmica do Irão.

Quatro componentes básicos podem constituir os principais pilares do paradigma comum entre o Irão e a União Europeia. Estas componentes são: a Democracia, a Segurança, Energia e a Cooperação Económica.

A democracia pode desempenhar um papel-chave nas relações entre o Irão e a União Europeia, de modo a que as divergências possam transformar-se em pontos de cooperação. Os pré-requisitos para a aceitação da democracia como uma componente comum no paradigma da cooperação são o respeito pela democracia, o compromisso com os requisitos e resultados da democracia e evitar adoptar posturas pouco transparentes. Com base numa tal abordagem, podem ser encontradas soluções democráticas para muitos problemas e desafios, respeitando a soberania dos países.

A segurança nos mais diversos aspectos é a necessidade mais importante dos Europeus e constitui uma matéria de preocupação para o Irão e a Europa. Hoje em dia, o terrorismo, narcóticos, imigração ilegal, etc. são problemas que afectam a segurança de ambas as partes.

Para além da necessidade psicológica por segurança, a Europa enfrenta uma outra necessidade séria por energia e a necessidade de diversificar recursos relevantes. Necessidades estas que pode ser suportada pelo Irão, devido às suas enormes reservas hidrocarbónicas e a sua posição no panorama económico e energético.

Simultaneamente, podemos expandir a nossa cooperação em áreas como o comércio que será no interesse dos nossos povos. Recursos naturais ricos, o vasto território iraniano e a sua situação geopolítica, juntamente com as suas capacidades e recursos humanos, são considerados factores adequados que podem ser usados e aproveitados neste aspecto.

No início desta fase, podemos pôr de lado alguns mal-entendidos através do restabelecimento de conversações bilaterais de modo a alcançar pontos de cooperação, e até criar um plano de relações estratégicas entre o Irão e a Europa.

Por outro lado, também diálogo religioso e intercultural pode servir de ponte de aproximação entre as nossas perspectivas e realçar os nossos pontos comuns. Assim, a nomeação pela União Europeia e o Parlamento Europeu do ano 2008 como o "Ano do Diálogo de Culturas" (a sua versão iraniana é "Diálogo de Civilizações") torna-se uma boa ideia perante este contexto, e esperamos que este diálogo possa ser considerado como um passo vital na promoção da paz, tranquilidade e bem.-estar entre todos os seres humanos.

O diálogo e interacção em todas as suas formas e em todas as áreas, incluíndo a política, cultural e económica, é uma necessidade vital da humanidade e sociedades humanas. Sem diálogo, irão proliferar as confrontações. Confrontações estas que não são aceites por nenhum homem sábio, nenhuma sociedade e nenhum governo responsável. [fonte]

domingo, 10 de fevereiro de 2008

"Ahmadinejad não nos é imposto"


A sul de Teerão, perto do Aeroporto Internacional, na povoação de Robat Karim, a população esteve sem gás durante vários dias do mês passado e continua a sofrer cortes de energia ao meio-dia e durante a noite, dizem os residentes.

A escassez de gás natural no Irão originou uma crise quando o Turcomenistão cortou os fornecimentos, em Dezembro, após uma disputa sobre preços. O Irão não tem capacidade de refinação para as suas próprias necessidades.

Robat Karim é um aglomerado conservador, que desconfia dos estrangeiros e apoia o Presidente. Mas sem as ruas limpas da neve e com as noites frias, os nervos começaram a ceder. "Tenho um inquilino num apartamento do andar de cima e não temos gás há vários dias", afirmou Nour Asadzade, um lojista da povoação, de 70 anos. "Pediu-me ajuda, mas respondi que não podia fazer nada".

Do lado de fora, uma mulher de 52 anos caminhava cuidadosamente em cima do gelo, da estrada esburacada e das poças. "Quero dizer isto: 'Não, eles não nos ligam nenhuma'". Disse chamar--se Akram, mas depois ficou assustada e escapuliu-se para dentro de casa.

Durante anos parecia que o Irão estava a evoluir, afastando-se de um Estado definido pela ideologia revolucionária. O antigo presidente Ali Rafsanjani, ele próprio um pai da revolução, enfatizou o pragmatismo económico. O seu sucessor, Mohammed Khatami, aliviou as restrições sociais e clamou por um "diálogo de civilizações". Depois veio Ahmadinejad e uma nova geração, uma classe de homens que lutou na guerra de oito anos com o Iraque e que, desde aí, tem feito o Irão retroceder para um tempo em que a ideologia revolucionária definia o Estado. Kaveh Bayat, um historiador, afirma que o desejo de exportar a revolução está de volta". A ideia de que se não exportarmos a revolução, deixamos de existir está profundamente enraizada - esteve adormecida com Rafsanjani e Khatami, mas acordou agora", pensa Bayat. "Tentámos esquecê-la, mas está de volta."

Ahmadinejad mudou tanto o rumo do Estado que levou muita gente a afirmar que, três décadas depois da revolução, o Irão permanece um lugar definido por indivíduos e não por instituições.

Quase toda a gente parece reconhecer que um dos maiores problemas reside na natureza do sistema político - dividido como está entre as múltiplas facções, cada uma delas lutando por aceder ao poder. Não é um sistema concebido para soluções de compromisso e a luta interna pode mandar mensagens confusas para o mundo exterior. "Facilitaria muito o nosso trabalho se eles conseguissem chegar a um consenso", disse um diplomata ocidental em Teerão sob anonimato. Outro diplomata afirmou: "Estou siderado pela emoção e pelo antagonismo que demonstram na luta política entre eles".

Existem pelo menos duas opiniões sobre o caminho que o país está a tomar. Uma delas é a de que Ahmadinejad e os seus aliados precisavam de chegar ao poder para verificarem que a ideologia não é uma linha que possa ser adoptada com sucesso na governação de um Estado moderno como o Irão. As dificuldades económicas, segundo este ponto de vista, irão acabar por moderá-los ou marginalizá-los. "Chegaram ao centro do poder e percebem agora que dirigir um país como o Irão é difícil", disse um consultor de negócios em Teerão que o anonimato para evitar retaliações.

"A gestão dos recursos de gás, atinge todos os lares", afirmou o consultor. "Penso que com isto, o sistema como um todo atingiu um clímax". Outra opinião é de que Ahmadinejad e os seus aliados guiados pela ideologia não desistirão e não serão afastados do poder. "Do ponto de vista social, temos uma estrutura social preparada para a emergência do fascismo", pensa Bayat, o historiador. "Tal como a Europa da década de 1920, temos um proletariado insatisfeito à procura de soluções radicais e extremas. Ahmadinejad não nos é imposto."|- M. S. [fonte]

Irão já começou a construir segunda central nuclear

O embaixador do Irão na Rússia, Gholamreza Ansari, anunciou que a República Islâmica já deu início à construção de uma segunda central nuclear, salientado ser agora preciso «pensar sobre o combustível para a alimentar».

De acordo com o Governo de Teerão, a primeira central nuclear do país está a ser construída na cidade de Bushehr, no Sul, sendo que as operações para testes deverão começar ainda este ano. O combustível nuclear para esta primeira central já foi entregue por parte da Rússia.

Conforme relata o Diário Digital, os EUA e a União Europeia (UE) continuam a suspeitar que o Irão esteja a procurar desenvolver armas nucleares.

Estas acusações já foram, entretanto, desmentidas por Teerão, que alega que o seu interesse é apenas produzir electricidade para exportar o seu excedente de petróleo e gás. [fonte]