sábado, 2 de agosto de 2008

Irão: Destacado processo de consolidação das instituições democráticas em Angola


Luanda, 31/07 – O chefe da delegação angolana à XV Conferência Ministerial do Movimento dos Países Não-Alinhados, José Marcos Barrica, considerou quarta-feira, no Irão, especial o actual momento que se vive em Angola, caracterizado pela consolidação das instituições democráticas.

Discursando no evento, realizado nos dias 19 e 30 deste mês, em Teerão, capital iraniana, o ministro da Juventude e Desportos de Angola precisou que alcançada a paz, em 2002, Angola caminha na senda do relançamento da economia e reconstrução nacional, rumo ao desenvolvimento.

Reafirmou a determinação do Governo angolano em continuar a trilhar nessa senda, salientando que as eleições legislativas, marcadas para 5 de Setembro do corrente ano, afiguram-se como importante marco do irreversível processo democrático em curso no país.

Por outro lado, Marcos Barrica considerou a crise no Zimbabwe, cujo país é membro dos Não-Alinhados, como dos assuntos do momento que deve merecer a atenção e apoio dos estados membros, visando a busca de uma solução pacífica.

Neste sentido, saudou a declaração da União Africana sobre a crise, na base da qual se iniciou recentemente um processo negocial entre o Governo e a Oposição, sob mediação do presidente Thabo Mbecky, da África do Sul.

O ministro defendeu, na ocasião, que para um desfecho airoso do complexo e delicado processo deve-se afastar todas as interferências externas susceptíveis de complicar ainda mais a situação no Zimbabwe.

Integrou a delegação angolana ao evento, os embaixadores de Angola junto da União Africana e na Etiópia, e no Egipto e Irão, Manuel Augusto e Hendrick Vaal Neto, respectivamente, bem como o director para as Organizações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, Virgílio Faria.

A XVI Conferência do Movimento dos Países Não-Alinhados terá lugar na Cidade do Cairo, Egipto, em Junho de 2009. [fonte]

Irão critica política nuclear dos EUA de "dois pesos e duas medidas

O representante iraniano na Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), denunciou "uma política norte-americana de dois pesos, duas medidas" após a "luz verde" da agência da ONU a um acordo de cooperação nuclear EUA-Índia.

O embaixador iraniano junto da AIEA, Ali-Asghar Sostanieh, cujo país, apesar dos seus desmentidos, é suspeito pelos países ocidentais de querer desenvolver uma bomba atómica, considerou que o acordo norte-americano-indiano "minará o Tratado de Não-Proliferação Nuclear".

Exprimindo "preocupações sérias", Sostanieh considerou que "a credibilidade, integridade e universalidade" do Tratado são postas em causa, adiantando que os Estados Unidos podem ter, com a ajuda da AIEA, "criado um precedente".

O conselho dos governadores da AIEA deu hoje "luz verde" às propostas de Nova Deli para a vigilância das suas instalações nucleares, através de um "acordo de salvaguarda", abrindo assim caminho para a aplicação do controverso acordo de cooperação nuclear EUA-Índia assinado em 2005.

A "luz verde" da AIEA, uma das agências da Organização das Nações Unidas, deve facilitar a aprovação do acordo nuclear entre Nova Deli e Washington pelo Congresso norte-americano, que o terá ainda de ratificar antes do final do mandato do Presidente George W. Bush.

Aquele acordo nuclear coloca problemas a alguns membros da AIEA, pois a Índia construiu secretamente bombas atómicas, realizou testes e não é ainda signatária do Tratado de não-proliferação nuclear (TNP), menos ainda do Tratado de interdição total dos ensaios nucleares (CTBT).

O TNP, de que o Irão é signatário, limita oficialmente a cinco - as antigas "grandes potências" - o número de países com acesso à arma atómica: os Estados Unidos, o Reino Unido, a França, a Rússia e a China. Mas, além daqueles cinco países, Israel, Índia, Paquistão e Coreia do Norte possuem também armas nucleares. [fonte]

Teerão mantém posição de força


A primeira ronda de negociações sobre o programa nuclear do Irão ontem realizada em Genebra fez gorar as elevadas expectativas que antecederam as conversações, nas quais participou, pela primeira vez, um representante dos EUA. Keyvan Imani, embaixador iraniano na Suíça, deixou claro que "está fora de questão suspender ou congelar" o programa nuclear.

"A discussão deste tema não faz parte da agenda do Irão", frisou Imani, citando o líder supremo iraniano, ayatollah Ali Khamenei, para reforçar a sua posição. "Ele disse claramente: ‘não abandonaremos os nossos direitos."

Esta inflexibilidade do Irão compromete o entendimento com EUA, União Europeia e quinteto de países mediadores: Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha. Javier Solana, responsável pela política externa da UE, afirmou após a primeira reunião: "Não tivemos uma resposta clara, nem sim, nem não. Esperamos um esclarecimento em breve". Washington, por seu lado, afirmou que para o Irão só há duas opções: "Cooperação ou confrontação".

As expectativas de entendimento foram reforçadas pela presença em Genebra de William Burns, subsecretário de Estado para os Assuntos Políticos, o mais alto dignitário dos Estados Unidos a falar com o Irão desde a ruptura das relações diplomáticas entre os dois países, em 1979. [fonte]