segunda-feira, 8 de março de 2010

Ahmadinejad qualifica de "grande mentira" atentados de 11 de Setembro

Teerão - O Presidente do Irão, Mahmud Ahmadinejad, afirmou que a versão oficial dos atentados de 11 de Setembro é uma "grande mentira" utilizada pelos Estados Unidos para justificar a invasão do Afeganistão.

"O 11 de setembro foi uma grande mentira e um pretexto para a guerra contra o terrorismo e para a invasão do Afeganistão", disse Ahmadinejad numa reunião com funcionários do Ministério das Informações, citado pelos media iranianos.

"Os atentados de 11 de Setembro fazem parte de uma complexa estratégia dos serviços secretos", disse também.

O presidente iraniano já tinha questionado a versão norte-americana dos atentados de 2001, que responsabiliza a Al-Qaida, mas esta foi a primeira vez que lhe chamou uma "grande mentira".

Angola Press, 7 de Março de 2010.

Lula diz não ser prudente "encostar o Irão a parede"

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou quarta-feira, que não é prudente "encostar o Irão a parede", mas sim, investir no diálogo para resolver o impasse sobre o programa nuclear da República Islâmica.

As declarações foram feitas pouco antes do encontro de Lula com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que busca o apoio do Brasil, que ocupa uma cadeira rotativa no Conselho de Segurança da ONU, para impor novas sanções ao Irão pelo seu programa nuclear.

"Não é prudente encostar o Irão a parede, o que é prudente é estabelecer negociações", afirmou Lula a jornalistas.

O presidente voltou a defender o uso de energia nuclear para fins pacíficos. "Se o Irão tiver concordância com isso, o Irão terá o apoio do Brasil", afirmou Lula.

Sobre um possível pedido de apoio brasileiro da secretária dos EUA contra o Irão, Lula disse que a questão deve ser tratada com o chanceler Celso Amorim, que recebeu Hillary antes do encontro dela com o presidente.

Lula, que disse já ter tratado com líderes mundiais, incluindo o presidente norte-americano, Barack Obama, sobre a posição do Brasil com relação ao Irão, acrescentou que pretende ter uma "conversa muito franca" com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, sobre a questão.

"Se o Irão quiser ir além disso (uso pacífico da energia nuclear), o Irão irá contra o que está estabelecido na Constituição brasileira, e por isso nós não poderemos concordar", afirmou o presidente.

Lula tem viagem prevista à República Islâmica em Maio. Ahmadinejad esteve no Brasil em Novembro do ano passado, quando Lula também defendeu o direito iraniano a um programa nuclear com fins pacíficos.

Angola Press, 4 de Março de 2010.

Teerão critica falta de confiança dos ocidentais na política nuclear

O Irão criticou ontem a falta de confiança dos Estados Unidos, da França e da Alemanha na política nuclear iraniana, numa carta aberta ao conselho de ministros da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), reunido em Viena para examinar a possibilidade de novas sanções contra Teerão.
Na carta, o Irão cita as “faltas de cumprimento” dos três países nos contratos assinados com Teerão na área nuclear, antes da revolução de 1979. O país pede aos ministros da AIEA que tenham em consideração a questão no momento de avaliar as “contestações legítimas” do Irão no âmbito nuclear. A República Islâmica afirma que um problema de confiança com as grandes potências levou o país a rejeitar a proposta de trocar o urânio iraniano ligeiramente enriquecido por combustível para o reactor de pesquisas de Teerão, e a decidir iniciar no seu próprio território a produção de urânio altamente enriquecido (a 20 por cento).
A recusa provocou uma condenação da AIEA em Novembro. Os ministros da agência analisam desde ontem uma quarta etapa de sanções contra Teerão no Conselho de Segurança da ONU.
Na carta aberta, o Irão recorda as divergências com os Estados Unidos, Alemanha e França, que não entregaram, após a revolução islâmica de 1979, o combustível nuclear que o regime do xá havia comprado para o reactor de Teerão e a central nuclear de Busher.

Programa nuclear duvidoso

O director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Yukiya Amano, advertiu ontem, em Viena, que os inspectores do órgão não conseguiram confirmar a natureza pacífica do programa nuclear do Irão. “Não conseguimos comprovar que todo o material nuclear no Irão é destinado a actividades pacíficas, já que o Irão não ofereceu à AIEA a cooperação necessária”, disse o japonês na abertura da reunião do conselho de ministros da AIEA.
Segundo Amano, que assumiu o cargo em Dezembro, a “cooperação necessária” inclui a “aplicação das resoluções relevantes do conselho de ministros e do Conselho de Segurança da ONU”, além da implementação do protocolo adicional do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). Este protocolo permite aos especialistas da AIEA fazer inspecções sem aviso prévio em qualquer instalação da República Islâmica.
Jornal de Angola, 2 de Março de 2010

terça-feira, 2 de março de 2010

Guerra ao Terror: desculpa para treinar terroristas

O Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Manouchehr Mottaki, afirmou que a pretensa Guerra ao Terror do ex-presidente dos EUA, George W. Bush, na verdade serviu de cobertura para o treino de terroristas.

“Combater o terrorismo por acaso significará apoiar assassinos profissionais?” Questionou no Conselho dos Direitos Humanos da ONU, em Genebra, de acordo com o porta-voz o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ramin Mehmanparast, que o acompanhou nesta viagem.

“Os EUA devem explicar porque razão agendaram um encontro com Abdolmalek Rigi. Os EUA devem explicar porque razão se encontrava Abdolmalek Rigi na base dos EUA no Afeganistão e porque razão este se ia encontrar com dirigentes americanos de topo na base americana de Manas, nos arredores da capital de Kyrgyz, Bishkek”, acrescentou.

A semana passada, as forças de segurança iranianas capturaram o líder do grupo terrorista de Jundallah, Abdolmalek Rigi, enquanto este se encontrava a bordo de um voo do Dubai para o Kyrgistão.

“Os EUA não estão a par de que mais de 400 pessoas foram assassinadas ou feridas em actos criminosos levados a cabo por este grupo?”, acrescentou Mottaki.

Mehmanparast indicou que o ministro dos Negócios Estrangeiros também criticou os aliados europeus dos Estados Unidos por removerem a Organização dos Mujahedin do Povo (MKO) da sua lista de grupos terroristas.

O MKO, listado como grupo terrorista no Irão, no Iraque, no Canadá e nos Estados Unidos da América, assumiu a autoria de inúmeros atentados mortais levados a cabo contra membros do governo iraniano e contra civis iranianos nos últimos 30 anos.

Entre estes ataques incluem-se os assassinatos do falecido presidente Mohammad-Ali Rajaei, do primeiro-ministro Mohammad-Javad Bahonar e do chefe judiciário Mohammad Beheshti.

Também é conhecida a colaboração da MKO com o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein na supressão das revoltas no Sul do Iraque em 1991 e no massacre dos curdos iraquianos.

A organização é, para além disto, conhecida pelos seus aspectos de seita, nomeadamente pelas tácticas de intimidação exercidas contra os seus próprios membros, tais como o assassinato e a tortura de membros que a abandonem.

AAPRII

Foi com alguma surpresa, mas também com agrado, que verificámos o surgimento da Associação de Amizade de Portugal à República Islâmica do Irão (AAPRII), embora tal denote também o mau trabalho da AAPI nos últimos quatro anos, que na prática, embora contando com o reconhecimento das autoridades de Teerão, nunca se legalizou como associação.
Reproduzimos em seguida o primeiro comunicado da AAPRII e adicionamos o seu endereço às nossas ligações. Com a AAPRII, o PIBC e a ainda activa AAPI, a República Islâmica do Irão conta actualmente com a simpatia de três organismos independentes. Que muitos mais surjam.

Comunicado 1 - Terrorismo em Teerão

No dia 12 de Janeiro de 2010 houve uma tremenda explosão em Teerão. Vítima entre elas o físico nuclear Massoud Ali Mohammadi.

A investigação não deixou dúvida - ATENTADO.

A comunicação social ocidental noticiou "secamente" sem dar ao sucedido qualquer relevância, nem gastou muito tempo ou espaço. E, sem comentários.

Os habituais e repetitivos comentadores políticos ficaram mudos.

Igual situação em Nova York ou Tel Aviv daria horas de antena e Km de papel, e os comentadores políticos deliciar-se-iam

Fora do contexto da guerra, que está claramente deferido, qualquer ataque a pessoas ou bens é crime. Se a motivação for económica, que é o mais corriqueiro chamam-lhe delito comum. Se for familiar trata-se de crime passional, etc, etc ...Se a motivação é política é terrorismo.

Que se saiba não houve desentendimento, na família do Sr.... nem aquele atentado benificiou, quem quer que fosse, pessoalmente. Não restam pois dúvidas que se tratou de motivação política. Terrorismo. Então porque não foi tratadopela comunicação social como já nos vem habituando a ver tratar.

Terrorismo? Toda a gente, íncluindo esta associação, condena o terrorismo. Mas todo o terrorismo? Ou será que há dois tipos de terrorismo? Um mau, apelidado de satânico pelo americano Bush: Argélia 195..; Congo 1959/60; Angola 1961; ETA no tempo de Franco; Laos e Camboja durante a guerra do Vietnam; assassínios sem conta na Améria Latina; massacres a palestinianos; bombardeamentos a civis no Iraque; Afeganistão e Paquistão; bombardeamento a Trípoli em 1986, etc...; E um bom como o atentado em Teerão?