"As famílias indígenas são da cultura do diálogo e da vida, sem marginalização nem discriminação, sobre a unidade, solidariedade e complementaridade", disse Morales em reunião com jornalistas na véspera de sua participação na 62ª Assembléia Geral da ONU.
"Por isso, vamos abrir relações comerciais e diplomáticas com todos os países com que possamos nos complementar em defesa da vida", afirmou o governante boliviano, descartando que sua nação vá fazer acordos com "políticas ou programas que atentem contra a vida".
A Bolívia quer "se complementar no âmbito petroquímico" com o Irã, assegurou Morales, que "sonha" em ter fábricas processadoras de leite e fruta, produtos que o país andino já importa do asiático, um desejo que os fez chegar a este acordo.
Sobre o programa nuclear iraniano, o líder boliviano opinou que "as acusações internacionais abundam", falando que quando ele era dirigente sindical o chamaram de "terrorista, assassino, narcotraficante e (Osama) Bin Laden latino".
Também no âmbito exterior, defendeu que seu partido foi permanentemente vítima do Departamento de Estado dos Estados Unidos, "antes com mais força", mas que continua havendo funcionários que "incitam o desgaste de Evo Morales".
Criticou igualmente a política de vistos desse país, pelo que confirmou sua decisão de reivindicar também essas permissões para a entrada de cidadãos americanos na Bolívia.
"O tema dos vistos tem que ser recíproco", disse Morales, que em 2006 teve que esperar oito dias para receber o documento para viajar à Assembléia da ONU, segundo explicou.
Nesse sentido, lamentou que haja monopólios que controlam os preços para subi-los e que seja praticada uma "sabotagem interna por parte dos inimigos internos" de seu Governo, "a oligarquia e os neoliberais", que contam com "cooperação exterior para desgastar sua administração.
Outra fraqueza à qual se referiu foi a falta de investimentos no mercado interno do gás, uma carência na qual se comprometeu a trabalhar.
Morales advertiu que há algumas empresas que têm explorado o petróleo e o gás em alguns campos mas que não tem feito investimentos neles, reiterando que se não o fizerem, o Governo vai recuperá-los.
O presidente boliviano confirmou que o projeto da nova Constituição do país inclui uma cláusula para a reeleição presidencial consecutiva e ilimitada.
"É uma iniciativa dos movimentos sociais, especialmente do indígena. É um sentimento do povo", esclarecendo que nunca pensou na reeleição.
G1
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