TEERÃ (Reuters) - A principal autoridade do Irã, o líder supremo aiatolá Ali Khamenei, substituiu neste sábado o comandante da Guarda Revolucionária, uma força que os Estados Unidos ameaçaram classificar como um grupo terrorista.
O comandante-em-chefe da Guarda Revolucionária, Yahya Rahim Safavi, foi substituído por Mohammad Ali Jafari, que já ocupava um posto de comando na entidade. Khamenei deu a notícia sobre a substituição em um pronunciamento feito na TV. O dirigente, porém, não explicou os motivos da manobra.
"Considerando a valiosa experiência do senhor e a brilhante atuação do senhor em vários momentos, e considerando as diversas responsabilidades na Guarda, eu o nomeio (Jafari) como comandante-em-chefe dessa organização revolucionária," disse Khamenei.
Segundo ele, Safavi, que liderou a Guarda por dez anos, se tornaria assessor dele para questões envolvendo as Forças Armadas.
A Guarda foi criada pouco depois da Revolução Islâmica no Irã, em 1979, para funcionar como defensora da República Islâmica. A força possui uma estrutura de comando diferente daquela dos militares e responde diretamente a Khamenei.
A Guarda conta com forças marítimas, terrestres e aéreas.
Além de ser uma força de combate, a Guarda Revolucionária mantém vários empreendimentos econômicos, entre os quais a Khatam al-Anbia, que assumiu o controle de projetos de petróleo e gás no Irã, o quarto maior produtor de petróleo no mundo.
Autoridades norte-americanas disseram que os EUA podem classificar a força como um grupo terrorista. Essa manobra permitiria ao país coibir os empreendimentos financeiros da Guarda. O governo iraniano rebateu a ameaça.
Analistas vêem na declaração norte-americana mais um componente dos esforços para isolar o Irã devido ao programa nuclear do país, o qual, segundo o presidente dos EUA, George W. Bush, colocou a região "sob a sombra de um holocausto nuclear". O Irã diz que seu programa é pacífico.
Reuters Brasil
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