sábado, 1 de setembro de 2007

Teerão considera ter cooperado como qualquer outro país com a Agência de Energia Atómica

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, afirmou ontem que “o processo nuclear do Irão” com a Agência Internacional de Energia Atómica está encerrado, considerando que o seu país cooperou, como qualquer outro, com a AIEA.

“Do nosso ponto de vista, o processo nuclear do Irão está encerrado – Nenhum membro da AIEA cooperou tanto com a agência como o Irão”, disse o presidente iraniano, numa conferência de imprensa. Esta declaração surge depois de a República islâmica se ter comprometido a responder à AIEA a um conjunto de questões em suspenso sobre o seu programa nuclear.
O Irão é objecto de três resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, as duas últimas das quais lhe impuseram sanções, devido à sua falta de cooperação com a AIEA. A agência afirma não estar ainda em condições de certificar a natureza do programa nuclear iraniano. Teerão afirma que tem um objectivo exclusivamente civil, enquanto numerosos países, nomeadamente ocidentais, suspeitam que pretende alcançar uma capacidade nuclear militar.
O presidente iraniano adoptou um tom frequentemente irónico e desdenhoso ao evocar as grandes potências do Conselho de Segurança, particularmente as ocidentais. “Não estamos muito preocupados com as actividades de um ou dois países”, afirmou Mahmud Ahmadinejad, referindo-se às intenções declaradas dos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha de fazerem aprovar uma nova resolução contra o Irão no Conselho de Segurança. “Com a ajuda de Deus, nada puderam fazer à nação iraniana, e agora acabou”, disse Mahmud Ahmadinejad, acrescentando que “nada poderão fazer” no futuro.

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Acusação
Sem experiência
A AIEA deve publicar esta semana um relatório sobre o processo nuclear iraniano, antes de uma reunião dos 35 países que constituem o seu executivo, dentro de duas semanas. O presidente iraniano considerou, entretanto, que declarações de Nicolas Sarkozy, evocando o risco de um bombardeamento do Irão, traduzem a sua “falta de experiência”.

O Primeiro de Janeiro

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