sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Arrasar Irão em 3 dias


Segundo o perito, citado pelo ‘Sunday Times’, os planos do Pentágono não prevêem apenas ataques localizados contra as instalações nucleares iranianas, mas também bombardeamentos maciços de “toda a estrutura militar” da república islâmica. Ao todo estão identificados 1200 alvos, sobre os quais se prevê o lançamento de milhares de toneladas de bombas.

Estas revelações surgem numa altura em que o presidente George W. Bush tem acentuado a retórica agressiva contra Teerão, a quem acusa de ter em curso um programa de fabrico de armas de destruição maciça que coloca o Médio Oriente “sob a sombra de um holocausto nuclear”. Bush assegurou ainda que os EUA têm a intenção de agir “antes que seja demasiado tarde”.

Apesar de tudo, Debat pensa que os planos norte-americanos são arriscados, pois colocam em jogo tantos recursos que ameaçam esgotar a capacidade para manter as frentes de batalha no Afeganistão e no Iraque.

O endurecimento da posição de Washington tem lugar depois de a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) afirmar que houve uma evolução “significativa” da cooperação do Irão, que terá mesmo retardado o processo de enriquecimento de urânio.

TEERÃO ALEGA NOVO AVANÇO ATÓMICO

O Irão tem neste momento em actividade três mil centrifugadoras destinadas a enriquecer urânio e todas as semanas aumenta esse número, afirmou ontem o presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad. Alguns peritos europeus consideram que, a ser verdade, aquele número de centrifugadoras é capaz de produzir urânio suficiente para uma bomba atómica em cerca de um ano.

“Eles [os poderes mundiais] pensavam que com cada nova resolução [da ONU] o nosso país recuava. Mas depois de cada resolução a nação iraniana anunciou um novo triunfo nuclear”, afirmou Ahmadinejad, aludindo à ameaça de novas sanções da ONU se o programa nuclear iraniano não for suspenso. A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) põe em causa a veracidade das palavras do presidente e considera que houve mesmo um abrandamento do programa nuclear, seja ele motivado por razões técnicas ou estratégicas. A oposição iraniana considera, no entanto, que a AIEA está a ser enganada.


F.J.Gonçalves, Correio da Manhã, 03 de Setembro de 2007 [fonte]

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