Estas revelações surgem numa altura em que o presidente George W. Bush tem acentuado a retórica agressiva contra Teerão, a quem acusa de ter em curso um programa de fabrico de armas de destruição maciça que coloca o Médio Oriente “sob a sombra de um holocausto nuclear”. Bush assegurou ainda que os EUA têm a intenção de agir “antes que seja demasiado tarde”.
Apesar de tudo, Debat pensa que os planos norte-americanos são arriscados, pois colocam em jogo tantos recursos que ameaçam esgotar a capacidade para manter as frentes de batalha no Afeganistão e no Iraque.
O endurecimento da posição de Washington tem lugar depois de a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) afirmar que houve uma evolução “significativa” da cooperação do Irão, que terá mesmo retardado o processo de enriquecimento de urânio.
TEERÃO ALEGA NOVO AVANÇO ATÓMICO
O Irão tem neste momento em actividade três mil centrifugadoras destinadas a enriquecer urânio e todas as semanas aumenta esse número, afirmou ontem o presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad. Alguns peritos europeus consideram que, a ser verdade, aquele número de centrifugadoras é capaz de produzir urânio suficiente para uma bomba atómica em cerca de um ano.
“Eles [os poderes mundiais] pensavam que com cada nova resolução [da ONU] o nosso país recuava. Mas depois de cada resolução a nação iraniana anunciou um novo triunfo nuclear”, afirmou Ahmadinejad, aludindo à ameaça de novas sanções da ONU se o programa nuclear iraniano não for suspenso. A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) põe em causa a veracidade das palavras do presidente e considera que houve mesmo um abrandamento do programa nuclear, seja ele motivado por razões técnicas ou estratégicas. A oposição iraniana considera, no entanto, que a AIEA está a ser enganada.
F.J.Gonçalves, Correio da Manhã, 03 de Setembro de 2007 [fonte]
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