A viagem história faria de Ahmadinejad o primeiro dirigente iraniano a colocar os pés dentro do ex-rival.
Na década de 1980, o Irã e o Iraque travaram uma guerra de oito anos em que centenas de milhares de pessoas foram mortas. Mas as relações entre os dois países melhoraram depois de o ditador iraquiano Saddam Hussein ter sido derrubado do poder na invasão liderada pelos EUA, em 2003, e de um governo comandado por xiitas ter assumido o comando do Iraque.
"O presidente Ahmadinejad aceitou um convite feito pelo presidente Talabani (Jalal Talabani) para que viesse ao Iraque", disse à Reuters o vice-ministro iraquiano das Relações Exteriores, Labeed Abawi.
Um assessor de Ahmadinejad, que pediu para não ter sua identidade revelada, afirmou: "Ouvimos informações a respeito disso, mas nenhuma data foi ainda estipulada."
Tanto Talabani quanto o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, já visitaram o Irã, um país xiita que, segundo alguns analistas, possui uma influência maior sobre o Iraque do que os EUA.
Ahmadinejad aceitou o convite em um momento de grande tensão entre os governos norte-americano e iraniano. Os EUA acusaram o Irã de ameaçar seus navios de guerra no estreito de Hormuz, no começo deste mês.
Os dois países também se desentendem por causa do programa nuclear iraniano e por causa do que os norte-americanos descrevem como a "influência negativa" do Irã dentro do Iraque ao supostamente armar e treinar milícias xiitas. O Irã nega as acusações e afirma estar comprometido com a paz no território vizinho.
O governo iraquiano, aliado dos EUA e ainda dependente das forças norte-americanas para proteger suas fronteiras, afirmou não querer ficar preso em qualquer tipo de fogo cruzado mantido entre a potência mundial e os iranianos. [fonte]
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