sábado, 5 de janeiro de 2008

Judeus querem levar Maradona ao Museu do Holocausto

A comunidade judaica argentina propôs levar o ex-astro do futebol Diego Armando Maradona ao Museu do Holocausto, em Buenos Aires. A intenção do convite é demonstrar ao ex-jogador a existência do genocídio realizado contra a população judaica européia pelo Terceiro Reich nazista durante a Segunda Guerra Mundial. O motivo da preocupação da comunidade judaica argentina - a maior da América Latina - são as declarações, feitas nos últimos dias por Maradona, sobre sua admiração ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, cujo governo nega a existência do Holocausto.

Maradona também declarou que pretende visitar Teerã em breve. "Estou, de todo coração com os iranianos", disse, após receber o convite para viajar ao Irã. O intermediário foi o piqueteiro Luis D'Elia - que controla mais de 70 mil militantes do presidente venezuelano, Hugo Chávez, na Argentina - que declarou que as lideranças judaica argentinas são "fascistas".

O presidente da associação beneficente judaica AMIA, Aldo Donzis afirmou que a Justiça argentina "demonstrou grandes suspeitas em relação a lideranças iranianas envolvidas no atentado realizado contra a AMIA" em 1994. No atentado, supostamente realizado pelo grupo terrorista Hizbollah por ordens do Irã, morreram 85 pessoas. Outras 300 foram feridas e mutiladas.

O Centro Wiesenthal também protestou contra as declarações de Maradona. Segundo o diretor de relações internacionais da entidade, Shimon Samuels, o ex-jogador, "com o falso pretexto do antiimperialismo" está "ansioso por reunir-se com um inimigo dos direitos humanos no Irã". Segundo Samuels, Maradona deveria aproveitar sua visita ao Irã para exigir que o governo iraniano esclareça o atentado contra a AMIA".

O ex-astro do futebol argentino é um tradicional crítico dos Estados Unidos e do governo do presidente George W. Bush. Na Cúpula das Américas, realizada no balneário de Mar del Plata em 2005, o ex-jogador liderou uma marcha contra o presidente americano, que estava na cidade para pressionar a favor da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA).

Maradona possui uma tatuagem do líder guerrilheiro Ernesto "Che" Guevara" no braço direito e outra com a efígie do presidente cubano Fidel Castro na panturrilha esquerda. Há duas semanas declarou que pretende acrescentar - em uma parte ainda não definida do corpo - uma tatuagem em homenagem a Chávez.

Desde que tornou-se amigo de Chávez, em 2007, Maradona - simultaneamente - transformou-se em um forte defensor do governo de Ahmadinejad. A polêmica coincide com as ameaças de Ahmadinejad de processar o Estado argentino na Justiça internacional por suas acusações sobre o envolvimento do Irã no atentado contra a AMIA. Além disso, a Justiça argentina pediu a captura internacional de diversas lideranças iranianas. [fonte]

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