sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

O Kuwait não quer ser usado para eventual ataque ao Irão


Aliado fiel dos Estados Unidos, que o libertaram em 1991 da ocupação iraquiana, o Kuwait acolhe hoje o Presidente George W. Bush como amigo, mas com receios quanto às intenções norte-americanas em relação ao Irão.

Em Março de 2003, o emirado serviu de base principal para invadir Bagdad e derrubar Saddam Hussein. E continua a servir de rota de passagem para as tropas que vão e vêm do Iraque. No entanto, tal como outras monarquias do golfo que dependem de Washington para a sua protecção, o Kuwait teme agora que Bush venha em busca de apoio para uma acção militar contra o vizinho Irão.

Vários responsáveis do emirado, da Defesa aos Negócios Estrangeiros, já por diversas vezes afirmaram que não vão oferecer o seu território aos EUA para um eventual ataque à república dos mullahs. Os dirigentes kuwaitianos, que mantêm boas relações com Teerão, têm clamado frequentemente por uma resolução pacífica da crise gerada pelo dossier nuclear iraniano.

O Kuwait é a primeira das quatro monarquias do golfo Pérsico no programa da viagem de Bush que começou em Israel, na quarta-feira, e termina no Egipto, no dia 16.

Logo após a sua chegada, Bush evocará com o emir, xeque Sabah Al-Ahmad Al-abah, o programa atómico iraniano, o processo de paz israelo-árabe e a situação de quatro kuwaitianos detidos em Guantánamo.

O emirado continua extremamente grato aos EUA pela coligação internacional que George H. Bush, pai de George W., formou em 1991 para pôr fim a sete meses de ocupação pelo Exército de Saddam. O anterior Presidente foi recebido como um herói e coberto de presentes quando visitou o Kuwait, em 1993, depois de ter deixado a Casa Branca.

Desde então, as relações bilaterais foram reforçadas, sobretudo no domínio militar, tendo os dois países assinado um pacto de defesa, até 2012. O Kuwait gastou também milhões de dólares para adquirir material militar norte-americano destinado a modernizar as suas forças armadas.

Em Dezembro de 2007, o Pentágono informou o Congresso da sua intenção de vender aos kuwaitianos equipamento e armas no valor de 1360 milhões de dólares, com o objectivo de melhorar o sistema de defesa antimíssil Patriot, instalado no país onde funciona uma das maiores bases militares dos EUA na região - Camp Arifjan -, com uma presença permanente de cerca de 15 mil soldados. [fonte]

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