A hora do encontro foi divulgada hoje pela porta-voz de Solana, Cristina Gallach, depois do Alto Representante para a Política Externa da UE ter confirmado à imprensa a reunião anunciada há dois dias pela agência noticiosa iraniana IRNA, que citava o Conselho Supremo de Segurança Nacional.
O local do encontro, a sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros português, foi revelado por fonte do gabinete de Luís Amado.
Segundo o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão, cujo secretário é Ali Larijani, a escolha da capital portuguesa para a reunião correspondeu a um convite nesse sentido feito pelas autoridades portuguesas.
Na sexta-feira Ali Larijani reúne-se com o director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Mohamed ElBaradei, em Viena, embora não sejam esperados avanços significativos.
O Irão continua a insistir que não suspenderá o seu enriquecimento de urânio - matéria que, consoante a pureza, tanto pode servir para a produção de energia como para o fabrico da arma atómica - como é exigido pelo Conselho de Segurança da ONU em três resoluções, as últimas duas das quais previam sanções a Teerão.
O embaixador do Irão junto da AIEA, Ali Asghar Soltanieh, assegurou que o encontro ElBaradei-Larijani não abordará a questão da suspensão, pois Teerão considera que «as resoluções da ONU não têm fundamento jurídico».
As grandes potências acusam o Irão de querer mudar o seu programa nuclear civil para fins militares, o que Teerão desmente.
Javier Solana reuniu-se com Ali Larijani a 31 de Maio passado, em Madrid, visando esta nova série de encontros evitar um agravamento da crise, quando as grandes potências prevêem analisar a adopção de uma nova resolução contra o Irão nas próximas semanas.
Em Madrid, Solana propôs ao Irão, em nome do chamado grupo 5+1 - os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França) e a Alemanha - uma ajuda financeira substancial em troca da suspensão das actividades de enriquecimento de urânio. A proposta foi recusada por Teerão.
Todavia, depois de um encontro com o chefe da diplomacia alemã a 05 de Junho em Berlim, fontes diplomáticas informaram que Larijani manifestou alguma abertura para voltar à mesa das negociações se o Conselho de Segurança abandonar os preparativos para novas sanções e devolver o processo para as mãos da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
Hoje Solana não quis fazer declarações sobre as expectativas para o encontro em Lisboa, indicando «preferir falar quando a reunião terminar».
«O objectivo destas discussões preparatórias é de criar as condições para permitir o início de negociações», recordou Gallach, declarando-se «nem optimista, nem pessimista».
A embaixada do Irão em Portugal já anunciou uma conferência de imprensa de Larijani para falar sobre o encontro com Solana, na segunda-feira, num hotel de Lisboa.
21-06-2007
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